sexta-feira, 13 de julho de 2012

Philodendron undulatum







Este blogue é uma constante fonte de informações e conselhos, em permanente crescimento, com novas espécies de exóticas frequentemente introduzidas e apresentadas todos os meses. Não deixe de visitar e descobrir as novidades com regularidade!


Philodendron undulatum Engl. in A.L.P.de Candolle & A.C.P.de Candolle, Monogr. Phan. 2: 428 (1879).



O Philodendron undulatum é a terceira espécie analisada do género Philodendron. Ainda confundida com a espécie mais vulgar no nosso país e por toda a Europa mediterrânica, o Philodendron bipinnatifidum, distingue-se pela ausência dos recortes nas suas grandes folhas.

Foto do autor, de um exemplar encontrado num jardim privado em Brasília, capital do Brasil, em 2007. É notório o ondulado das margens das folhas e a ausência de recortes profundos.
Exemplar cultivado pelo autor em Lisboa. Registo de 2011 pelo autor.


Na minha opinião é a sua raridade que torna esta planta bastante apreciada. O porte elevado das folhas em concha proporciona uma perspectiva belíssima quando os raios de sol iluminam os veios da folhagem. Cultivadas em grupo aumentam este efeito e dinamizam o jardim do ponto de vista das regras estéticas tropicais.
Tem como região de origem a metade sul do Brasil até às províncias do norte da Argentina, como as províncias de Entre-Rios (ou Entre Ríos), Correntes (ou Corrientes) e Missões (ou Misiones). Nestes locais, a temperatura poderá chegar próximo dos 0ºC, dotando esta espécie com alguma resistência ao frio verificado no litoral continental português.
Misiones localiza-se entre os 27º S de latitude [1], porém bastante no interior do continente e onde se verifica um clima subtropical húmido, com temperaturas mínimas a coincidir com aquelas das zonas litorais do sul das ilhas Britânicas e Irlanda ou mesmo de climas de algumas regiões continentais de Portugal, Espanha, França e Itália. Outra vantagem acrescida é o facto de na região argentina de onde é oriunda registar-se o índice pluviométrico mais elevado de todo aquele país, o que faz desta espécie capaz de suportar climas bastante húmidos e simultaneamente frios. Outras fontes englobam as áreas pantanosas do Paraguai [2] e o Uruguai como sendo ambos países de origem da espécie.


_______________________________
1 Refira-se que a província de Misiones localiza-se a 27ºS, isto é bastante mais próximo do equador que a região mais meridional de Portugal, a ponta de Santa Maria, na Ria Formosa, Algarve a 36º57’’N.
2 in As Plantas Tropicais de R. Burle Marx, Harri Lorenzi e Luiz Emygdio Mello Filho.



 Exemplar fotografado no norte argentino, na província de Misiones, no estado selvagem. (Foto não do autor)



 Sequência de três fotografias registadas pelo autor no Jardim botânico de Buenos Aires em 2006.



A espécie está classificada como pertencente à zona 10a (-1,1º C a 1, 7º C), [3] aceitando geadas fracas e de pouca duração. Quando se verificam temperaturas tão baixas nas regiões de origem da espécie, sobretudo no interior argentino, a planta beneficia de um aumento de temperatura considerável durante o dia, por vezes com amplitudes de 15 a 18ºC, em que se registam valores abaixo de zero, como mínima, enquanto a máxima chega a atingir os 15ºC ou 17ºC. Esta enorme variação dota a planta de uma maior capacidade para ultrapassar períodos de frio acentuado. Semelhantes episódios de amplitude tão pronunciados quase nunca são registados entre nós, e, como consequência, as plantas sujeitas a valores tão baixos não demonstram grande vigor nem sobrevivem com facilidade. Por experiência, refiro que, em Portugal, esta espécie atravessa épocas mais ou menos duradouras com valores correspondentes à zona 10b (1,7º C a 4, 4º C), sem apresentar grandes danos na sua estrutura. Assim considero que na prática, o P. undulatum, insere-se na categoria das zonas 10b (1,7º C a 4, 4º C) verificadas no território português.
Um relato muito interessante de um jardineiro amador, confirmou que o seu exemplar de Philodendron undulatum, cultivado em França, superou uma vaga de frio extrema que chegou aos -7ºC. A planta superior foi destruída por completo, porém, renasceu a partir do solo por duas ocasiões. O crescimento e a recuperação foram lentos, característica que se verifica também após Invernos bem mais suaves como o nosso.
Como conclusão, a origem tropical desta espécie não constitui um impedimento na aclimatação em regiões da Europa meridional. Na verdade, esta versatilidade permite adaptá-la a áreas de Portugal continental mais amenas, já que, como vimos, suporta temperaturas ocasionais substancialmente baixas, desde que fugazes.


________________________________________

3. USDA ou United States Department of Agriculture, através do departamento de pesquisa agrícola elabora anualmente uma carta onde assinala as zonas climáticas divididas por classes ou categorias. Servem de referência para o cultivo das espécies numa determinada localização, sempre baseado nos registos de temperaturas mínimas absolutas colhidas num período específico. A carta tem uma escala dividida em 12 zonas que por sua vez são subdivididas em classe ‘a’ e ‘b’.





Atinge proporções bastante grandes e os exemplares adultos poderão chegar aos 3m de altura. Ao contrário da maioria das espécies de Philodendron, esta não tem grande capacidade como trepadora. Desenvolve longas raízes aéreas que tendem a aderir sobre superfícies que lhe sirvam de apoio, mas não como suporte necessário ao seu crescimento. Alguns indivíduos apresentam um desenvolvimento vertical isolado, criando um efeito muito interessante. São, portanto, também plantas de porte arbustivo de caule vigoroso com raízes aéreas e crescimento ascendente e indefinido.


Estas duas imagens captadas no Fairchild Botanical Garden de Miami, em 2011, mostram como o Philodendron undulatum pode ser facilmente confundido com o Philodendron erubescens. As folhas de enormes dimensões ganham, em climas muito quentes e húmidos, uma ondulação nas margens semelhante à espécie analisada neste capítulo. Porém, o exemplar das fotos, tem um comportamento trepador, o qual não é característico do Philopdendron undulatum. Foto do autor.



Este exemplo mostra-nos um indivíduo com crescimento apoiado por uma parede. (Foto não do autor)


No mercado internacional encontramos com regularidade um cultivar conhecido por Philodendron x Evansii. Uma nota deverá ser aqui referida sobre esta planta a qual está mergulhada em muita confusão sobre a sua descrição e origem. Trata-se, indiscutivelmente, de um cultivar criado através do cruzamento entre o Philodendron bipinnatifidum  e o Philodendron speciosum. Alguns autores defendem que teve origem no Philodendron giganteum e não no P. speciosum. O mais relevante nesta questão é a confusão que pode causar quando queremos identificá-los, uma vez que são muito semelhantes à primeira vista. Veja-se pelas fotos que se seguem em que apreciamos duas situações onde estão cultivados exemplares de Philodendron X Evansii.  As fotos do autor foram todas registadas nos exuberantes jardins conhecidos por Harry Leu Gardens, situados na cidade de Orlando, no sul dos Estados Unidos.
As foto em cima são todas do autor de 2012 e foram captadas nos jardins de Harry Leu, em Orlando no estado da Flórida.

A variação natural é típica da família das Araceae, ou aráceas, e da sub-família das aróideas, comportamento que confunde o observador no momento de identificar a planta, uma vez que se trata da mesma espécie com apresentações distintas. Assim sendo, o Philodendron undulatum não foge à regra. A situação ocorre com alguma regularidade e de acordo com o lugar onde a planta cresce. Resulta em alguma dificuldade, por alguns, em reconhecê-la como Philodendron undulatum. A questão assenta na justificação simples de que a variação da forma natural das folhas não são factores suficientes para a ciência considerar uma nova espécie. Os botânicos designam esta particularidade de variação natural e ocorre ocasionalmente em alguns indivíduos. Este comportamento distancia-se de outro conhecido por morfogénese. [4] 


Um exemplo de disformismo foliar vulgar no género Philodendron. Foto do autor registada em Brasília, capital do Brasil em 2007. Aqui o indivíduo apresenta folhas bastante mais recortadas que o vulgar.



Exemplo do disformismo foliar de um exemplar jovem, comum nesta espécie. (Foto não do autor)



______________________________
4. A morfogénese vegetal é definida como a dinâmica de geração e expansão da forma da planta no espaço (LEMAIRE; CHAPMAN, 1996).
Na floresta tropical húmida a morfogénese sucede em variadíssimas espécies e em particular no género Philodendron, o qual pertence à sub-família das aróideas. Neste grupo, a variação de folhas é extremamente vulgar e explica-se pelo ajustamento do indivíduo ao meio onde cresce. As folhas são a identidade do exemplar, apesar de não entrarem como elemento classificador, ou seja, a classificação não assenta senão nos órgãos sexuais da planta e, portanto, diferentes formas de folhas do Philodendron hederaceum, não implica pertencer a espécies diferentes. Esta particularidade poderá ser difícil de aceitar mas resulta de dois pontos; a variação natural e a ontogenia. A ontogenia debruça-se sobre o processo natural de mudanças observadas durante o ciclo de vida de qualquer planta e que se traduzem, a exemplo, na alteração que as folhas jovens sofrem quando atingem a maturação até ao seu estado completamente adulto. A terminologia morfogénese é aplicada, porém, a designação científica é, na verdade, ontogenia.
A variação natural é um processo mais lento e traduz-se na ciência quando um organismo vivo não é constante na sua aparência, diferenciando-se das características gerais da sua espécie, sem deixar de pertencer à mesma, através de alterações nas suas características físicas. Esta variação poderá ter causas ligadas à localização geográfica do exemplar assim como factores ambientais, como intensidade da luz, nutrientes disponíveis ou situações de doenças e infestação. Neste caso, a resposta da planta a estes factores através de uma alteração física das suas folhas, é denominada de plasticidade fenotípica (consiste na capacidade dos organismos de alterar a sua fisiologia ou morfologia de acordo com as condições do ambiente). Um único indivíduo pode apresentar as duas situações em simultâneo; a variação natural e características de diferentes estados de desenvolvimento da planta, que a ciência define como ontogenia.



Poderá cultivá-lo em locais soalheiros como a meia sombra. Evite zonas sombrias, uma vez que tende a perder vigor, enquanto as suas folhas tornam-se cada vez mais flexíveis e frágeis. Após alguns anos, o exemplar deixa de crescer e fica muito sujeito à podridão causado pela combinação do frio com a humidade. O sol directo, em território português pode, durante os meses de maior intensidade solar, causar algum amarelecimento nas folhas, mas por outro lado prepara-a para enfrentar o Inverno com melhores resultados. As condições ideais passam por zonas a meia sombra ou sol filtrado, para que mantenha o tom verde vivo que lhe é característico.
O vento, sobretudo a nortada insistente no Verão, danifica as suas enormes folhas, pelo que necessitam de estar protegidas. Cultive-a directamente no solo para obter melhores resultados no seu enorme desenvolvimento. Como já foi referido, esta espécie é de grandes dimensões e é como adulta que mostra toda a sua exuberância. Tem preferência por um solo ligeiramente arenoso e fértil, solto e bem drenado. As poderosas raízes aéreas têm um crescimento bastante rápido e são ferozes na competição pelo solo disponível. Não somente servirão para apoiar, como para conduzir a própria planta durante o seu desenvolvimento vertical. Quando cultivada em vasos apertados ou contentores e também de uma forma natural no solo, as folhas mais velhas não se mantêm, acabando por desaparecer deixando o caule despido e o emaranhado de raízes bem visíveis. Nestas ocasiões, pode cortar os caules terminais principais para multiplicação e encorajar o surgimento de pequenos filhos laterais que ajudarão a compor o conjunto.



Seguem-se exemplos de plantas cujas folhas inferiores desapareceram, deixando visível o caule.
 Em cima, foto registada no Jardim botânico de Buenos Aires, em 2006, pelo autor. Em baixo, registos pelo autor de 2007, de um exemplar em Brasília, capital do Brasil.

 O emaranhado das suas raízes é uma característica desta espécie à semelhança do Philodendron bipinnatifidum.





São plantas que apreciam grandes quantidades de água, embora atravessem períodos de seca bastante prolongados sem problemas de maior. Quanto mais humidade no solo dispuserem, mais interessante se tornará como planta arbustiva. Este é um detalhe importante para se obter um exemplar com folhas largas e uniformes. A água estagnada no solo causa danos no seu sistema radicular e, por consequência, as folhas amarelecem acabando por cair.
Em ambientes particularmente saturados de humidade, esta espécie apresenta grandes maciços em que as folhas conservam-se por mais tempo na idade adulta. Cada folha tem um período mínimo de vida estimado em cerca de um ano. Assim se conclui como a planta reage a condições favoráveis de humidade e adubo, nas imagens que se seguem;

 Em cima, foto do autor tirada no Jardim botânico de São Paulo em 2008 e em baixo, foto de 2011, de um exemplar encontrado num parque municipal da mesma cidade.

Presta-se também para composições paisagísticas executadas na vertical, isto é, encostadas a uma parede húmida ou coberta por outras plantas, fetos, musgos ou cortiça, criando um efeito tropical muito apreciado. Nesta situação as raízes aéreas actuarão como suporte para o cultivo de inúmeras outras espécies de plantas.

 Em cima, uma foto de 2009 de um conjunto de P. undulatum, encontrado num jardim particular no Rio de Janeiro, dispostos isoladamente e, em baixo, dois registos igualmente feitos pelo autor na mesma cidade, em 2008, de plantas cultivadas junto a um paredão para que cubram aquele suporte e criem um ambiente florestal tropical.


Propagam-se com extrema facilidade, tal como a maioria das espécies do género Philodendron. Corte um pedaço terminal ou intercalado com folhas, de preferência com raízes aéreas já desenvolvidas. Plante numa mistura rica em esfagno, húmus, matéria orgânica adubada e uma parte de areia. Crie um ambiente permanentemente húmido e bem drenado, introduzindo o vaso com o propágulo dentro de um saco fechado. Exponha-o a meia sombra e uma vez por semana recicle o ar. Ao final de pouco tempo verá o desenvolvimento de novas raízes aéreas que deverão ser conduzidas ao solo com cuidado. A planta tem de ser deixada tranquila até que um número suficiente de raízes assegure a sua sobrevivência. Este processo poderá demorar cerca de 2 ou 3 meses. Em meados da Primavera, coloque o vaso no exterior num local exposto a sul sem sol directo e protegido do vento. A meio do Verão, já poderá cultivar a planta em local definitivo de acordo com as indicações de cultivo anteriormente referidas.
A divisão de pequenas plantas, propágulos ou filhos que se desenvolvem junto da planta mãe, é outro sistema com resultados mais rápidos e seguros. Certifique-se que retira a pequena planta com algumas raízes terrestes intactas. Remova-a junto da planta mãe acompanhada com um torrão de terra, de modo a perturbar o mínimo possível o processo de transplantação.
Estamos a conhecer uma espécie que aprecia grandemente aplicações regulares de fertilizantes, foliares ou directamente no solo. Os resultados são muito motivadores, já que a planta reage com enormes folhas quando alimentada com adubos ricos em nitrogénio. Tenha cuidado na colocação de fertilizantes de libertação lenta, conhecidos por granulado. Não coloque junto do caule ou raízes para que não queime a planta. A ausência de nutrientes adicionados ao solo por meio de adubação não perturba o desenvolvimento desta espécie, facto que confirma a sua grande tolerância a condições menos favoráveis.





Em baixo, duas imagens captadas em Dezembro de 2010, pelo autor do exemplar cultivado em Lisboa. O Inverno nos locais mais suaves do território continental português não afecta a apresentação da planta.





 Estas três fotos registadas no Verão de 2011, mostram a força no crescimento do exemplar ainda com algumas folhas juvenis. No ano seguinte perderá a folhagem inferior e o caule torna-se visível, com a idade adulta da planta.
A sequência de três fotos do exemplar cultivado pelo autor em Lisboa.




 Estes são os registos de 2012, já em pleno Verão em que as folhas inferiores caíram, deixando a planta com um porte erecto. Fotos do autor.



A floração acontece durante os meses de Verão, em Portugal e tem uma apresentação típica da família das Araceae, ou aráceas. A imagem em baixo ilustra um exemplar cultivado em Lisboa, pelo autor antes da maturação da flor, no Verão de 2012, com espata verde. De todos os exemplares por mim cultivados nenhum chegou a abrir, acabando por cair antes de atingir a fase de maturação.


A belíssima forma da floração do Philodendron undulatum, aqui registado numa foto não do autor, publicada no sítio http://www.flickr.com/photos/mariasg/2144176391/sizes/z/in/photostream/


A espécie é pouco sujeita a doenças e pragas, porém, por vezes, em condições de estresse, podem surgir pulgões e cochonilhas, sobretudo nas páginas inferiores das suas folhas. Pela sua lisura e grande superfície, é relativamente fácil eliminá-los com um jacto de água mais forte. Plantas cultivadas em locais pouco arejados e sombrios tendem a ficar mais sujeitos a doenças.


Tem como sinónimos as seguintes designações;
Philodendron eichleri Engl., Bot. Jahrb. Syst. 26: 556 (1899).
Baursea eichleri (Engl.) Kuntze, Deutsche Bot. Monatsschr. 21: 173 (1903).
Philodendron petraeum var. tobatiense Chodat & Vischer, Bull. Soc. Bot. Genève 11: 297 (1919 publ. 1920).



A espécie é tóxica como a maioria dos Philodendron, provocando irritações na pele, comichão, inflamações cutâneas e em casos de ingestão, com consequências mais gravosas, os sintomas são náuseas, discurso distorcido, inchaço da boca e garganta e sensação de queimadura quando em contacto com a boca e os olhos.


O nome científico deriva do grego Philo, apreciador ou aquele que gosta de e dendron, árvore, numa alusão ao comportamento da maioria das espécies que são hábeis trepadoras. Não é o caso desta espécie, em particular. O epíteto específico undulatum, refere-se ao detalhe das suas folhas alongadas e onduladas nas margens.



Referências bibliográficas;

Lorenzi, Harri; Moreira de Souza, Hermes. Plantas Ornamentais no Brasil, arbustivas, herbáceas e trepadeiras. Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, Nova Odessa, São Paulo, 2001
Lorenzi, Harri; Mello Filho, Luiz Emygdio. As Plantas Tropicais de R. Burle Marx. Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2001



Quem quiser colaborar com sugestões, imagens ou informações que contribuam para o enriquecimento deste sítio, poderá enviar para exoticascultivadasemportugal@hotmail.com



4 comentários: