sábado, 25 de agosto de 2012

Epipremnum pinnatum







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Epipremnum pinnatum (L.) Engl., Pflanzenr., IV, 23B: 60 (1908).



A espécie Epipremnum pinnatum tem duas grandes dificuldades associadas: a extrema raridade para adquiri-la e a extrema semelhança com outros géneros. Refiro-me em primeiro lugar à Rhaphidophora decursiva e à Monstera deliciosa.
Nesta foto do autor de Agosto de 2012, o exemplar da colecção do autor, mostra grande vigor e atinge uma altura de 2,5 metros. As folhas superiores poderão lembrar uma Monstera deliciosa numa fase juvenil e até enganar o observador menos conhecedor. Observe este conjunto de Monstera deliciosa, cujas folhas ainda não estão totalmente maduras e individualmente parecem-se com as folhas do Epipremnum pinnatum, acima ilustrado. Em baixo, foto do autor registado no Parque da Nações em 2007.

Nesta foto de 2007 registada pelo autor, numa varanda junto ao elevador do Lavra, em Lisboa, mostra um exemplar de Monstera deliciosa cultivado em vaso. A planta muito limitada no seu crescimento pela dimensão do vaso, não desenvolve folhas maduras. Estas mantêm-se muito semelhantes às do Epipremnum pinnatum numa fase pré-adulta. Este facto resulta da variação natural a que ambas as espécies estão sujeitas e, por consequência, podem confundir o observador na sua identificação.




De facto é necessário observar com muito cuidado as folhas do Eppipremnum pinnatum para ter a certeza de que se trata desta espécie e não da mais vulgar, a Rhaphidophora decursiva.
Foto do autor do ano de 2011, registo de um exemplar de Rhaphidophora decursiva na Estufa Fria de Lisboa, em cima e em baixo, foto do autor, de uma folha da espécie já citada, pertencente à colecção do autor.
Sem querer baralhar, senão ajudar a prevenir a confusão entre os géneros, repare e compare, com cuidado, em baixo, uma folha de Epipremnum pinnatum. (Foto do autor)


Entre estes dois géneros encontramos um verdadeiro desafio quando se trata de identificá-los. De uma maneira geral, as folhas adultas do Epipremnum pinnatum são mais ovaladas ou arredondadas, mais planas e menos marcadas com veios ou nervuras. Outro pormenor que talvez ajude a separar os géneros, está na extremidade de cada recorte das folhas do Epipremnum pinnatum. Estas extremidades são levemente cuspidadas ou pontiagudas, isto é, têm uma certa continuidade que, por vezes, ligam-se por meio de uma finíssima língua até ao próximo recorte, a qual facilmente se rompe. A foto em baixo mostra um exemplar adulto, bem ilustrativa das características apontadas. Foto não do autor.



Repare também na formação menos retorcida do caule, menos nodoso e com nós menos evidentes que a Rhaphidophora decursiva. O crescimento dos caules é mais direito ou vertical enquanto a Rhaphidophora decursiva abraça o hospedeiro, num desenvolvimento mais circular. Foto do autor de um exemplar de Epipremnum pinnatum registado em 2011, nos jardins de Pine Crest Botanical Gardens, em Miami, Flórida.


Voltando a uma análise mais atenta às folhas do Epipremnum pinnatum, segundo os botânicos do South China Botanical Garden, ao longo da nervura central das folhas fenestradas observam-se minúsculas perfurações ou orifícios com cerca de 2 mm, que são inexistentes nas folhas da Rhaphidophora decursiva. Estes diminutos pontos são sobretudo visíveis quando vistos pela página inferior da folha, ou seja, pelo avesso da folha. Geralmente não ocorrem quando as folhas são jovens e não recortadas ou pinadas.
            
As três fotos do autor mostram com muita nitidez as perfurações típicas das folhas do Epipremnum pinnatum. A primeira foto à esquerda em cima, é um registo da página inferior da folha, através do qual conseguimos uma boa percepção dos orifícios.


No caso das folhas da Rhaphidophora decursiva apresentam uma forma mais rectangular com os recortes mais alinhados e simétricos. O caule deste género tem muitos nós e bastante próximos uns dos outros, aspecto que o distingue do caule do Epipremnum pinnatum.
Foto do autor registado no Jardim Botânico de São Paulo em 2008. O exemplar adulto de Rhaphidophora decursiva, apresenta folhas bem desenvolvidas, rectangulares, pinadas com a extremidade do recorte arredondado e veios muito marcados. Os caules não muito nodosos e retorcidos. Toda esta leitura poderá ajudar na identificação entre este género e o Epipremnum pinnatum. Em baixo, um pormenor dos veios de uma folha pré-adulta de Rhaphidophora decursiva, cultivada na Estufa Fria de Lisboa. Foto do autor de 2007. 


O histórico desta espécie é vasto e muito confuso, já que foi classificada por várias vezes como pertencente ao género Rhaphidophora, ScindapsusMonstera. Quando foi finalmente incluída no género Epipremnum, passou por diversas designações que actualmente são sinónimos, até se concluir que o táxone válido é Epipremnum pinnatum.
A designação Epipremnum pinnatum tem como sinónimos de acordo com os dados de Kew Royal Botanic Gardens:



Por outro lado, o Epipremnum pinnatum é quase sempre mal interpretado e o seu nome atribuído ao E. aureum. Recentemente, foi finalmente explicada a separação destas duas espécies, ambas válidas e reconhecidas por Kew Botanical Gardens. A popularidade de uma das plantas ornamentais mais comercializadas em todo o mundo, o Epipremnum aureum é contrastante com a raridade do Epipremnum pinnatum, uma ornamental bastante desconhecida.
Exemplar do Epipremnum aureum cultivado pelo autor. Foto de 2012.





Tal como é explicado na espécie E. aureum, também esta mostra um comportamento denominado por variação natural. Repare como a folha juvenil é bem diferente das plenamente adultas, passando ainda por uma fase intermédia.
Os ramos de um só exemplar podem apresentar folhas juvenis, com forma de coração ou seta, sem recortes e com o veio central muito vincado dobrando levemente a folha. Vista de lado tem uma forma de 'V', detalhe muito particular do género Epipremnum e que ajuda na distinção dos géneros Philodendron, em particular o Philpodendron hederaceum e do género  Rhaphidophora. O Epipremnum pinnatum tem com frequência, no ápice ou seja, na extremidade de cada gomo ou ponto de crescimento, matéria fibrosa de cor acastanhada, que o distingue de qualquer Philodendron.
 Fotos do autor de Agosto de 2012 em que se observa um ramo que produz folhas juvenis bastante reduzidas sem qualquer recorte. Nesta fase, a planta poderá ser confundida com o Philodendron hederaceum pelo observador menos conhecedor e atento.
Na foto em baixo, a mesma planta com uma folha a evidenciar os recortes típicos das folhas amadurecidas. Numa fase mais adulta, os ramos deste exemplar produzirão folhas pré-adultas com evidências pinadas, característica da espécie. Foto do autor de Agosto de 2012.

Numa fase mais desenvolvida ou tardia, as folhas apresentam alguns recortes muito pronunciados ainda que irregulares em torno das margens. Em termos botânicos, designa-se por folhas fenestradas ou perfuradas ou ainda que apresentam orifícios.
Ao contrário do Epipremnum aureum, este desenvolvimento das folhas acontece com maior rapidez nos exemplares cultivados no exterior em certas zonas do clima continental português. A foto seguinte testemunha o mesmo exemplar das fotos anteriores, em que este ramo, com cerca de 2 anos de vida, já produz folhas de dimensões razoáveis e muito próximas daquelas plenamente formadas.
Foto do autor do exemplar por mim cultivado. Data de Agosto de 2012.



As folhas totalmente adultas tomam dimensões interessantes, mas pouco prováveis no clima continental português. Note-se o exemplar que pertence à minha colecção, bem estabelecido e com folhas adultas, porém de média dimensão, visto não encontrar no clima de Lisboa as condições ideais para um desenvolvimento pleno, como sucede em zonas de clima tropical.

Fotos do autor de Agosto de 2012.

 A foto em baixo mostra um exemplar de Epipremnum pinnatum, com desenvolvimento trepador sobre uma parede, cujas folhas apresentam formas pinadas irregulares de diferentes tamanhos. Parece que quando esta planta se apoia numa parede não produz folhas de grande dimensão. 

(Foto não do autor)


Fotos de 2012, do autor de exemplares com folhas totalmente maduras, bem formadas e compostas. O clima permanentemente quente do sul da Flórida, proporciona todas as condições ecológicas para o pleno desenvolvimento desta planta. As folhas atingiram uma fase adulta muito interessante. Registos do Pine Crest Botanical Gardens, em Miami.





Oriunda das regiões tropicais e subtropicais da Ásia, segundo os dados disponibilizados por Kew Royal Botanic Gardens, através do World Checklist of Selected Plant Families, a espécie é abrangente aos países desde a Tailândia, Mianmar, Laos, Camboja, China setentrional, Vietname, Filipinas, Indonésia e algumas ilhas da Melanésia, no pacífico, como as ilhas Fiji, Tonga, Samoa, Salomão e Vanuatu. Outras fontes indicam que também algumas zonas temperadas da China, (Guangdong, Guangxi, Yunnan), as ilhas japonesas de Ryukyu de clima subtropical, a Formosa ou Taiwan, Bangladesh e Índia (incluindo as ilhas de Nicobar e Andaman), Malásia, Papua Nova Guiné e os territórios do norte australiano, são áreas onde a espécie é nativa. [1]
É nas regiões setentrionais da China, aquelas que apresentam um clima mais fresco, entre as restantes onde a espécie se desenvolve, que comprova a sua moderada tolerância ao frio. O facto de ser observada na natureza em zonas até os 1600-2000 metros de altitude [2] aumenta a sua capacidade em resistir às baixas temperaturas. Mais tolerante às condições adversas do Inverno português que o Epipremnum aureum, esta planta surge como uma excelente candidata ao paisagismo do jardim tropical. O meu exemplar, nunca demonstrou qualquer dano causado pelo frio. Relativamente exposto aos ventos, tem mantido um crescimento saudável e rápido, produzindo vários ramos que procuram agarrar a apoios que o sustentem até conseguir uma exposição solar directa.
Na China, cresce nas zonas de floresta montanhosa, facto que coincide com o quadro invernoso da região de Lisboa. O relevo muito acidentado cobre quase a totalidade daquelas províncias, o que originam amplitudes térmicas, por vezes, muito acentuadas com arrefecimento nocturno. As características climáticas das três províncias chinesas onde a espécie é oriunda mostram que Guangdong, com temperaturas mínimas médias de 13ªC, Guangxi, com temperaturas mínimas entre os 6ºC e os 16ªC e Yunnan, com temperaturas mínimas que variam a partir dos 7ºC, se aproximam das temperaturas mínimas registadas na cidade de Lisboa, Costa do Estoril, Costa de Caparica e Algarve.
Quando bem desenvolvida e bem estabelecida, nas zonas bastante amenas do litoral da Costa do Estoril, Caparica, Algarve e zona urbana de Lisboa, tenderá a crescer com os seus ramos compactados, algo densos e muito rasteiros ao seu hospedeiro, como reacção a climas frios. Em zonas climáticas mais susceptíveis de dias de frio intenso, esta espécie sobreviverá razoavelmente se cultivada em locais mais abrigados, como alpendres ou debaixo de sacadas. Não poderá jamais sofrer o efeito de geadas nestas regiões do país. Poderemos atribuir-lhe a zona climática 10b (1,7º C a 4, 4º C). [3]

Nas ilhas havaianas, a espécie foi declarada como invasora e muito agressiva, ameaçando a flora local. No seu habitat natural, a planta também cresce sobre rochedos de granito, efeito que é muito sugestivo e interessante de reproduzir no jardim. Desenvolve raízes poderosas e caules vigorosos que se fixam em qualquer tipo de hospedeiro natural, como ramos, pedras ou troncos, quer artificiais, como paredes, grades ou colunas. O início da sua vida é, geralmente, terrestre. Procura ascender apoiando-se em superfícies que a elevem até chegar aos 15 m de altura, como grandes árvores da floresta tropical. Atravessa várias fases de crescimento, que se traduz por diversas formas de apresentação das suas folhascomo as do E. aureum, uma vez que, tal como todas as espécies da sub-família das aróideas, nesta também ocorre um comportamento duplo, a que chamamos de variação natural e morfogénese [4].
Esta particularidade poderá ser difícil de aceitar mas resulta de dois pontos: a variação natural e a ontogenia. A ontogenia debruça-se sobre o processo natural de mudanças observadas durante o ciclo de vida de qualquer planta e que se traduzem, a exemplo, na alteração que as folhas jovens sofrem quando atingem a maturação até ao seu estado completamente adulto. A terminologia morfogénese é aplicável, porém a designação científica é, na verdade, ontogenia.

A variação de folhas é extremamente vulgar e explica-se pelo ajustamento do indivíduo ao meio onde cresce. As folhas são a identidade do exemplar, apesar de não entrarem como elemento classificador, ou seja, a classificação não assenta senão nos órgãos sexuais da planta e, portanto, diferentes formas de folhas do Epipremnum aureum, não implica pertencer a espécies diferentes.

A variação natural é um processo mais lento e traduz-se na ciência quando um organismo vivo não é constante na sua aparência, diferenciando-se das características gerais da sua espécie, sem deixar de pertencer à mesma através de alterações nas suas características físicas. Esta variação poderá ter causas ligadas à localização geográfica do exemplar bem como factores ambientais, como a intensidade da luz, nutrientes disponíveis ou situações de doença e infestação. Neste caso, a resposta da planta a estes factores através de uma alteração física das suas folhas, é denominada de plasticidade fenotípica (consiste na capacidade dos organismos em alterar a sua fisiologia ou morfologia de acordo com as condições do ambiente).




Outra questão muito pertinente é como adquirir um exemplar. Se procurar na internet, irá seguramente entrar num vasto mundo de contra informação que o atirará para nomes mal atribuídos e sobretudo, uma única possibilidade: uma variedade conhecida por Epipremnum pinnatum 'Cebu Blue', não validada por Kew Botanical Gardens mas defendida por alguns botânicos como sendo uma variação natural descoberta na ilha de Cebu, nas Filipinas. De cor azulada, muito atraente, é, porém, um pouco diferente dos exemplares analisados, sobretudo no seu período juvenil. (Fotos não do autor)
 Forma juvenil do Epipremnum pinnatum 'Cebu Blue'.
 Em cima, folhas adultas do Epipremnum pinnatum 'Cebu Blue'. (Foto não do autor).

Mais fácil de conseguir através de compra online, terá de procurar em sítios sobretudo norte-americanos uma vez que é aquele país que mais comercializa esta espécie. Na Europa é relativamente rara.






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1. Global Invasive Species Database
2. Segundo dados da Flora of China a espécie pode ser encontrada naquele país até uma altitude de 2000 m.
3.USDA ou United States Department of Agriculture, através do departamento de pesquisa agrícola elabora anualmente uma carta onde assinala as zonas climáticas divididas por classes ou categorias. Servem de referência para o cultivo das espécies numa determinada localização, sempre baseado nos registos de temperaturas mínimas absolutas colhidas num período específico. A carta tem uma escala dividida em 12 zonas que por sua vez são subdivididas em classe ‘a’ e ‘b’.
4. A morfogénese vegetal é definida como a dinâmica de geração e expansão da forma da planta no espaço (LEMAIRE; CHAPMAN, 1996).





Nos locais onde possa ser cultivada em Portugal, deverá escolher um local soalheiro. O sol estimula o seu crescimento, revigorando a planta durante a Primavera e o Verão. A planta crescerá nestas condições, produzindo novos ramos que a tornarão com melhor preparação para resistir ao Inverno. As folhas conseguem suportar bem a intensidade solar sem risco de queimaduras e adaptar-se-ão à luminosidade de acordo com as suas necessidades. Sempre que a luz escassear, as folhas serão mais pequenas e pouco fenestradas. O contrário sucede com forte luminosidade. Porém, é a planta que procura estas condições. Por vezes, um exemplar lança um ramo novo em busca de um local menos iluminado e rasteiro ao solo, para depois ascender com muito vigor à procura de sol directo. Nesta circunstância produz um ramo cuja parte terrestre ou inferior apresenta-se frágil e delgado, enquanto a parte aérea ou superior, engrossa e aparenta muito desenvolvimento, a ponto de não parecer pertencer ao mesmo ramo.
Quando cultivada apoiada a uma parede, de preferência de pedra, tende a desenvolver grandes folhas nos ramos mais elevados. Esta estrutura é uma boa opção para proteger a planta das correntes de vento frio. Um aspecto muito importante é não perturbar o crescimento do exemplar, descolando-o do seu hospedeiro. Uma vez que isto aconteça, as suas raízes adventícias, [5] com as quais se fixa, não voltarão a ter essa função. Uma planta incomodada é, seguramente, uma planta fragilizada. Quando removida, as marcas das gavinhas ficarão gravadas na parede, pelo que deverá contar com os danos se mais tarde tomar essa decisão. Os ramos pendentes ao tocar o solo transformam as raízes aéreas de modo a que entrem no solo e retirem nutrientes que alimentarão a planta.




A multiplicação desta espécie é a sua grande vantagem, já que é com enorme facilidade e rapidez com que enraíza através do método de estaquia, [6] mergulhia [7] e alporquia [8].  Ao longo dos longos caules da planta vão-se formando pequenas raízes aéreas que facilitarão o enraizamento em caso de separação da planta mãe. Contudo, nos métodos mais seguros de mergulhia e alporquia, o corte em contacto com a terra húmida induz ao desenvolvimento das raízes enquanto os nutrientes essenciais são mantidos pela parte intacta do caule. Desta forma não perderá a muda. O ambiente húmido e quente em estufa aquecida acelera espantosamente o enraizamento. Este é, indiscutivelmente, o lado mais aliciante desta planta.

Poderá ainda retirar um pequeno ramo cortando-o abaixo de um nó de uma folha, remover as folhas inferiores desse mesmo ramo e colocá-la em água pois rapidamente criará raízes. Se preferir os métodos acima descritos, faça-o durante os meses mais quentes do ano, sem nunca esquecer que o composto tem de permanecer bastante húmido e bem drenado. No caso de desejar propagar a sua planta durante o Inverno, coloque a muda num composto de turfa e argila expandida. Prefira um vaso de barro poroso. Deposite-o dentro de um saco de plástico e feche-o com um atilho. Escolha um local bem iluminado com luz solar indirecta. A humidade criada no seu interior forçará o enraizamento em poucos dias. Quase notará diariamente o crescimento da muda. Lembre-se que somente deverá retirar o plástico quando a planta tiver um bom sistema radicular. A passagem para um ambiente menos húmido e quente irá fragilizar a planta pelo que não descuide a assiduidade na rega. O vaso poroso que agiu como absorvedor de humidade, agora terá o efeito contrário e facilitará a evaporação de água velozmente. Transplante-a apenas quando o composto estiver saturado de raízes. A cultura em vaso é apenas recomendada para propagação. Esta é uma espécie que exige ser reenvasada a cada dois anos sob pena de perder muita da sua beleza e dimensão.

Quando a planta está privada de luz fica vulnerável a doenças e pragas de pulgões e cochonilha. O combate passa por proporcionar-lhe sol directo em locais bem arejados, para obter exemplares saudáveis. Jamais proceda a qualquer poda de ramos vivos. Remova unicamente aqueles que se encontram mortos. Mantenha a dimensão da planta ao longo do tempo sem nunca limitar o seu crescimento. Cortá-la é enfraquecê-la, na medida em que a planta não dispõe de tempo suficiente para, numa estação apenas, desenvolver ramos novos que amadureçam a tempo de enfrentar o Inverno.


Os exemplares conseguirão, como já foi referido, suportar sem problemas, sol directo forte quando novas folhas nascerem já depois da planta estabelecida no local e sobretudo quando atingir uma idade de maturação significativa. A idade adulta de um Epipremnum aureum, em Portugal continental é desconhecida até hoje. Ainda não foram cultivados exemplares em condições ideais para que uma planta tenha o desenvolvimento perfeito até esta fase. Acredito que seja possível, com muito cuidado e ajuste no local onde seja plantada. São exigidas algumas medidas que deverão ser verificadas durante toda a vida da planta sem interrupção: Protecção contra a formação de geada e ventos fortes de todos os quadrantes, escolhendo preferencialmente uma parede voltada a su-sudeste e ligeiramente recolhida por um alpendre, telheiro ou treliça. Composto enriquecido e com boa drenagem, adubado com regularidade durante a Primavera e Verão. Ambiente húmido através da proximidade de um fontanário ou de maciços de outras plantas de folha persistente e regas diárias, frequentes nos dias de maior calor favorecem o desenvolvimento rápido da planta. Está particularmente indicada como planta semiaquática em ambientes onde a água seja abundante como fontes, lagos ou cascatas. O amarelecimento das folhas pode ser indício de que a água não está a ter o escoamento exigido.

A rega deve ser copiosa nos dias de maior calor, porém durante as estações mais frescas, recomendo que a terra esteja seca antes de voltar a regar. Durante o final do Outono até ao ascenso da temperatura na Primavera, a planta entra no período de dormência, pelo que não deve ser estimulada com adubos.

Como já foi referido, as folhas têm um período de vida muito alargado e manter-se-ão sempre que as condições ideais sejam acauteladas. As novas folhas ditarão as faltas que a planta encontra nas condições de cultivo; luminosidade, exposição solar, protecção do frio, composto nutritivo e localização mais indicada no exterior. Se estas surgirem menores que as anteriores e mantiverem a tendência, significa que as condições não são as melhores para conseguir uma maturação do exemplar. Por outro lado, a sua sobrevivência tampouco estará em causa, mas produzirá folhas raquíticas e sem especial interesse.

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5. Raízes adventícias são raízes secundárias independentes da raiz primária e que nascem a partir dos caules ou folhas de qualquer vegetal.
6. A estaquia consiste no método de reprodução assexuada de plantas em que se plantam pequenas estacas de folhas, caules, raízes ou ramos num ambiente indicado para que se desenvolvam novas plantas.
7. A mergulhia é outro método de multiplicação assexuada em que se dobram ramos da planta mãe a fim de enterrá-los na terra. Poderá fazer-se um pequeno golpe na área a enterrar a fim de estimular o crescimento de novas raízes. 
8. A alporquia é semelhante ao tipo de propagação anterior, porém o ramo com o corte parcial é mantido fora do contacto com o solo mas envolvido com um composto de húmus e musgo e fechado com um plástico devidamente amarrado.

A espécie é usada em algumas culturas das ilhas do Pacífico, para escurecer a dentição por verem nessa coloração um aspecto estético. Na China é utilizada para o tratamento de abcessos
O nome do género Epipremnum, deriva do grego e resulta da junção das duas palavras, epi, que se traduz por 'sobre' e premnom que quer dizer 'tronco'. Uma designação que sugere o comportamento epífito de todas as 15 espécies conhecidas do género Epipremnum. O nome do seu epíteto específico, pinnatum, significa no vocabulário botânico pinado ou composto em alusão à forma de pena das suas folhas.


Referências bibliográficas:
http://www.tropical-biology.org/research/dip/species/Epipremnum%20aureum.htm
http://hort.ifas.ufl.edu/database/documents/pdf/shrub_fact_sheets/epiaura.pdf University of Florida, Cooperative Extension Service, Institute of Food and Agriculture Sciences
http://www.efloras.org/florataxon.aspx?flora_id=610&taxon_id=200027280 South China Botanical Garden CheckList, description from Flora of China.



LEMAIRE, G.; CHAPMAN, D. Tissue flows in grazed plant communities. In: HODGSON, J; ILLIUS, A.W. (Eds.) The ecology and management of grazing systems. Wallingford: CAB International, 1996. p.3-36. in MORFOGÊNESE DE GRAMÍNEAS NATIVAS SOB NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO,
Juliana Medianeira Machado, Santa Maria, RS, Brasil, 2010



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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Epipremnum aureum




Este blogue é uma constante fonte de informações e conselhos, em permanente crescimento, com novas espécies de exóticas frequentemente introduzidas e apresentadas todos os meses. Não deixe de visitar e descobrir as novidades com regularidade!


Epipremnum aureum (Linden & André) G.S.Bunting, Ann. Missouri Bot. Gard. 50: 28 (1964).

Desta vez analiso uma espécie muito popular como planta de apartamento embora muito pouca informação esteja disponível sobre o seu cultivo no exterior, para que se torne numa espécie conhecida como tal. Tudo tem início na aquisição de um pequeno vaso de Epipremnum aureum num qualquer supermercado do país. Esta planta está entre as mais procuradas pelos consumidores portugueses, que a baixo custo, decoram as suas casas como planta viva. Contudo, a esmagadora maioria equivoca-se quando se dedica ao seu cultivo, julgando que se trata de uma espécie exclusivamente de interior.

Durante as décadas que levo no estudo de plantas ornamentais exóticas cultivadas em Portugal, observei inúmeras vezes que grande parte das espécies cultivadas no interior é rejeitada ao fim de algum tempo. As pessoas saturam-se de tê-las, desmotivam-se pelo seu crescimento exagerado, desinteressam-se pelo facto de perderem rapidamente a apresentação inicial quando adquiriram a planta, ou simplesmente vêem o seu exemplar lutar pela sua sobrevivência e, por consequência, amarelece, perde folhas, resseca, desidrata-se e enfraquece, razões que levam as pessoas a negligenciar os exemplares para um canto de um terraço, de uma varanda ou um recanto do quintal. Com um importantíssimo detalhe: a escolha recai sempre num local ao ar livre. Aqui reside o enorme interesse desta questão. Quando rejeitadas no exterior, as plantas reiniciam o seu ciclo de crescimento, estimuladas pela luminosidade correcta que necessitam, pelo aumento de humidade relativa no ar e por estarem afastadas de ambientes fechados e privadas de condições naturais.  Desta forma são surpreendentes os resultados e muitas adaptam-se vigorosamente aos novos locais de cultivo no exterior. Em conclusão, refiro que o maior entusiasmo reside precisamente na descoberta destes exemplares escondidos nas varandas, sacadas e quintais de muitos portugueses, sem que estes tenham noção que estão a contribuir para o estudo e aclimatação de espécies exóticas em Portugal continental.

De regresso à espécie abordada, é muito vulgar encontrar vasos de Epipremnum aureum encostados a paredes e gradeamentos das varandas lisboetas, os quais aclimataram-se perfeitamente aos meses mais frios do ano. O que ainda não foi descoberto pelas populações é a particularidade desta planta vir a ser utilizada como trepadora vigorosa de paredes ao invés de ser sempre usada para emaranhar-se em redes ou guardas de varandas. É quase certo ser conduzida por fios ou esticadores de arame pois o conhecimento popular sobre o cultivo desta espécie está muitíssimo limitado a esta técnica. Durante muitos anos, o Epipremnum aureum foi uma das mais utilizadas plantas de espaços comerciais e, nestes locais, a iluminação conseguida por fortes luzes artificiais estimulava um crescimento em comprimento desproporcionado, enquanto a folhagem se mantinha definhada e escurecida. De grosso modo, a planta ficou conhecida como sendo de rápido desenvolvimento e bastante agressiva obrigando ao seu controlo periódico com podas severas que desfiguram a planta e tornam o resultado pouco interessante.
 Estas duas fotos do autor foram tiradas no Inverno de 2008 no Bairro Alto, em Lisboa, e representam o comportamento que a planta adquire quando conduzida numa guarda de ferro de uma varanda. É ainda evidente a decisão de colocá-la no exterior depois de ter sido cultivada dentro de casa logo após ter sido adquirida. Provavelmente a planta cresceu demasiado e perdeu a beleza inicial como planta compacta e de ramos densos, razão que a levou a ser preterida para fora de casa.

 A mesma situação nestas fotos de Agosto de 2012, registadas na mesma zona de Lisboa, o Bairro Alto. (Fotos do autor).



 Estes dois exemplos de 2011 de um Epipremnum aureum cultivado numa varanda no Lumiar, também em Lisboa, confirmam os comentários anteriormente defendidos. Veja-se o tutor original muito utilizado pelos viveiros para apresentar a planta de uma forma comercial e muito pouco natural. Ao fim de algum tempo deixa de ter sentido prático pois os ramos crescem para fora do seu alcance, tornando o exemplar pouco atraente e num emaranhado inestético de ramos enrolados em torno do tutor. Estas fotos do autor foram registadas no Inverno.



 No Bairro Alto, outro testemunho registado pelo autor no Verão de 2012.



Em cima, note este curiosíssimo exercício com um Epipremnum aureum, registado na cidade de Valência, em Espanha, onde a planta é colocada num recipiente que, por sua vez, é suportado pela parede da varanda. O efeito é notável pela originalidade que criou ao pender. O clima daquela cidade mediterrânica é muito semelhante às cidades litorais algarvias, com um índice de humidade relativa do ar bastante elevado, mesmo no Verão, o que ajuda bastante a aparência saudável daquela planta. De referir que os exemplares cultivados nas mesmas condições físicas, em Lisboa, teriam um comportamento menos compacto e produziriam folhas de menor dimensão. Foto do autor, Agosto de 2013.


Em Agosto de 2012, deparei-me com esta surpreendente situação:
 Junto à esquadra de polícia em Miraflores, perto de Algés, decidiram os moradores vedar o acesso aos automóveis com 3 vasos nos quais plantaram 3 exemplares adultos de Epipremnum aureum. Não sei desde quando ali se encontram, porém pela aparência saudável das suas folhas sem qualquer marca de queimadura solar, posso afirmar que já estão perfeitamente adaptadas ao ambiente exterior. Ainda mantêm o tutor que sustenta os seus ramos trepadores. O primeiro e o terceiro exemplar apresentam folhas pré-adultas formadas em estufa, o que lhe dá uma graciosidade inesperada. Com a passagem do tempo, a planta irá alterar as dimensões das suas folhas por reacção ao meio e ao clima onde se desenvolve. 
          
 Eis as imagens individuais das 3 plantas que se encontram em Miraflores. Quem as plantou não tem, seguramente, conhecimento suficiente sobre o comportamento desta espécie que precisa de um apoio para desenvolver ramos vigorosos como planta trepadeira. Não obstante o facto de estes indivíduos sobreviverem nestas condições de cultivo, assim como ao Inverno, não terão o crescimento esperado e natural por estarem limitados à estaca que lhes serve de apoio.
Note as folhas particularmente grandes no topo do tutor, tal como são comercializadas nos viveiros. 



A surpresa comentada anteriormente motivou-me à experimentação de um exemplar comprado num viveiro e com alguma idade e desenvolvimento, para que o plantasse no exterior em plena estação fria. Escolhi um local muito pouco soalheiro do meu jardim, em Lisboa, embora seja privilegiado dado que se encontra muito abrigado das correntes de ar. O objectivo era de acompanhar a reacção da planta a um contraste agressivo nas condições ecológicas que iria encontrar no exterior.
 Aparentemente a planta adaptou-se com rapidez não tendo, todavia, ainda atravessado o período mais perigoso para a sua sobrevivência. Fotos do autor de 25 de Dezembro de 2012, em cima e em baixo.

Em baixo, a mesma planta fotografada em Agosto de 2013. Sem marcas do intenso frio que suportou no Inverno de 2012/2013, desenvolveu novos ramos que procuram suporte na parede próxima, bem como na copa de uma Ficus adjacente. 

 Todas as fotos são do autor de Agosto de 2013.
Em baixo, a mesma planta durante o Inverno 2013/2014, aqui fotografada pelo autor em Janeiro de 2014. Lentamente perde as folhas de maiores dimensões e não consegue fixar-se à parede, provavelmente por estar demasiadamente exposta às correntes de vento. A força do vento, fragiliza a adesão ao suporte, acabando por não permitir à planta desenvolver-se correctamente.


Aqui serão mencionadas todas as propostas para que consiga um exemplar exuberante e diferente daquele que normalmente conhece e seja dado início a uma nova etapa no cultivo desta espécie nos jardins portugueses. Como já mencionei, os exemplares conhecidos pelos portugueses são meras plantas no estado juvenil capazes de crescer em dimensão significativa para que se torne surpreendente no jardim tropical cultivado em Portugal.

Antes de começar a descrição da espécie, gostaria de esclarecer uma vez mais sobre a tremenda dificuldade em atribuir a designação correcta para esta planta. Com vasta informação existente sobre a sua taxonomia, opiniões diversas e contraditórias defendidas por botânicos ao serviço de instituições credíveis que se contradizem entre si, não irei entrar em defesa de nenhuma delas.
Se interessar-lhe o tema, irá descobrir que vários autores referem-se a esta mesma planta como sendo:
Epipremnum pinnatum ou Epipremnum pinnatum var. aureum ou Epipremnum pinnatum com o sinónimo de Epipremnum aureum ou Epipremnum pinnatum como uma espécie diferente de Epipremnum aureum, ambas válidas. Em conclusão, ficará incapaz de atribuir o nome correcto, ou pelo menos o mais actualizado.
Humildemente esforçar-me-ei por reorganizar esta questão numa tentativa de tornar esta informação praticável a todos aqueles que desejam cultivar esta planta. Em resumo, transformar a teoria que impede a execução prática do assunto.
Não obstante o facto de Kew assumir os dois táxones como distintos e válidos, a maioria das outras fontes consideram-nos como sinónimos, sendo o epíteto específico pinnatum, aceite e aureum, o seu sinónimo. [1] Será, portanto, como Epipremnum pinnatum que a planta aparecerá identificada, na quase totalidade da informação veiculada quer na internete, quer em obras pulicadas.

Após muita investigação e cruzamento de dados sobre o assunto, não entrarei em conflito com as informações de Kew e tratarei a espécie permanentemente como Epipremnum aureum, táxone válido para esta planta, enquanto o táxone Epipremnum pinnatum, também válido, corresponde a outra espécie diferente.

Na verdade, recentemente alguns autores justificam o Epipremnum aureum como uma espécie diferente baseando a sua origem, exclusiva das ilhas Moorea, no Pacífico, [2] enquanto outros ainda incluem-na na espécie Epipremnum pinnatum, cuja origem é muito mais abrangente por toda a Ásia.
Para entender as diferentes opiniões e classificações vou tentar explicar como surge a separação entre o Epipremnum aureum e o Epipremnum pinnatum.


O Epipremnum aureum é uma das plantas ornamentais mais populares em todo o mundo. Em Portugal é muito conhecida e apresentada comercialmente em vários tamanhos e fases de crescimento. Desde o pequeníssimo vaso com apenas uma estaca até grandes composições com vários pés encostados a um tutor coberto de musgo, onde a planta cresce apoiada. Geralmente neste caso, os exemplares são já bem desenvolvidos e apresentam algumas folhas adultas de boas dimensões, estimuladas pelo cultivo em estufa quente. A dificuldade em examinar a sua flor, pelo facto de ser quase desconhecida a floração quando cultivada pelo homem, foi determinante para lançar a confusão na sua designação. Por esta razão, foi preciso esperar até ao ano de 2004, quando o botânico inglês Peter Boyce, analisou a flor e esclareceu a origem endémica da espécie na ilha de Moorea. Neste momento separou esta planta da espécie Epipremnum pinnatum e fundamentou pelo seu endemismo.
Outro aspecto centra-se no detalhe das folhas do Epipremnum aureum que, mesmo quando a planta é adulta, mantém a forma oval ou ovalada, por vezes com um ou mais recortes, enquanto o Epipremnum pinnatum apresenta folhas adultas totalmente lobadas - rasgadas - ou para melhor compreensão em forma de pena. Somente nos exemplares com bastantes anos e completamente adultos, mostram folhas inteiramente pinadas ou lobadas.

Por outro lado, intriga-me como uma espécie oriunda de uma região agraciada com um clima profundamente tropical, como a Polinésia, consiga sobreviver em zonas relativamente frias da Europa, como a bacia mediterrânica. Sem qualquer análise científica para contestar a classificação desta planta como Epipremnum aureum e não como Epipremnum pinnatum, confesso que é-me extremamente difícil entender como uma espécie de origem tão específica tenha a capacidade de se adaptar ao frio. Algumas regiões do sul da China, de onde a espécie Epipremnum pinnatum é proveniente, verificam-se temperaturas moderadamente baixas, pelo que justificaria o que tanto me intriga. Não é o caso para o E. aureum. Fica a questão por resolver ou entender.

A designação Epipremnum aureum, surge com os seguintes sinónimos de acordo com os dados de Kew Royal Botanic Gardens:
Pothos aureus Linden & André, Ill. Hort. 27: 69 (1880).
Scindapsus aureus (Linden & André) Engl., Pflanzenr., IV, 23B: 80 (1908).
Rhaphidophora aurea (Linden & André) Birdsey, Baileya 10: 159 (1963).
Epipremnum mooreense Nadeaud, J. Bot. (Morot) 13: 6 (1899).

O primeiro nome atribuído a esta espécie foi Pothos [3] e apresentada ao público na famosa L'illustration Horticole de 1880, pelo que é ainda designada com frequência, sobretudo em viveiros de plantas ornamentais.

Imagem publicada no L'Illustration Horticole de 1880. (Foto não do autor)

Mais tarde, em 1908 foi reclassificada erradamente como Scindapsus e ainda como Rhaphidophora. Uma vez mais a irregularidade na sua identidade causou muita confusão e para a mesma planta muitos horticultores utilizam nomes científicos inválidos e diferentes. Este episódio sucedeu uma vez que os taxonomistas não tiveram a oportunidade de observar em detalhe a floração do género Pothos durante quase 100 anos. Somente em 1960, aconteceu a floração de um exemplar de Pothos na Flórida e, após um estudo sobre a flor da planta, chegou-se à conclusão que o Epipremnum, constituía um género diferente. Até ao final do século XX, o Epipremnum foi passando por outros géneros, os quais como géneros ainda são válidos, como o Scindapsus e Rhaphidophora mas não como géneros ao qual esta espécie pertença. Os botânicos justificavam erradamente a inclusão do E. aureum, nos géneros Scindapsus e Rhaphidophora, pelas semelhanças na folhagem, comportamento de crescimento e habitat. Em 1964 foi provado que a planta pertence a um género totalmente novo e foi reclassificada pela última vez como sendo do género Epipremnum. Em 2004, Peter Boyce, um botânico inglês, confirmou o epíteto específico, também este envolto em muita discórdia, como sendo Epipremnum aureum.

Desfeitas as complicações e confusões relativamente ao género e ao epíteto específico desta planta e concluída a sua identidade, falarei de outro assunto que levanta novamente problemas; a origem geográfica da espécie. Não é invulgar encontrar muitas fontes que defendem ser oriunda das ilhas Salomão, um país situado no Pacífico, cerca da Papua Nova-Guiné. Todavia, as informações mais recentes aceites por Kew Royal Botanic Gardens, afirmam que se trata de uma espécie que provém unicamente da ilha de Morea, na Polinésia Francesa.





Apesar de ser endémica da ilha de Moorea, na Polinésia Francesa, a planta está espalhada por todas as regiões do Pacífico e zonas de clima tropical do globo, sobretudo na América Central e do Sul, Caraíbas, ilhas do Havaí e na Flórida onde, nestes estados norte-americanos, está considerada uma planta invasora e, em certos casos, fora de controlo.
Um exemplo de um Epipremnum aureum a invadir a árvore que o sustenta, em Coral Gables, Miami, Flórida. Registo de 2011 pelo autor.


 A situação de planta invasora aconteceu pela sua popularidade como espécie ornamental e acabou por escapar para locais fortemente arborizados próximos dos centros urbanos, mostrando um comportamento sub-espontâneo. Dado o seu crescimento vigoroso quando encontra uma palmeira ou uma árvore como apoio ou hospedeiro poderá vir a sufocá-los.
Em cima, fotografia obtida no Jardim Botânico do Rio de Janeiro em 2008, pelo autor.
Em baixo, fotografia obtida num espaço público em São Paulo, no ano de 2007, pelo autor. Em ambos os registos, o vigor da trepadeira é impressionante, pondo em causa a sobrevivência do seu hospedeiro.


Em baixo, um belíssimo exemplar que se desenvolve com muita agressividade apoiado numa palmeira Cocos nucifera, esta numa posição muito crítica, dado o peso adicional que tem de suportar para além poder vir a ser sufocada pelo Epipremnum aureum. Foto registada pelo autor em Key West, Flórida em 2011.


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1. United States Department of Agriculture, Natural Resources Copnservation Service através do Plants Database, afirma que E. aureum é sinónimo de E. pinnatum. 
2. Moorea é uma ilha vulcânica que pertence às ilhas da Sociedade, na Polinésia Francesa e dista apenas a 17 km de Taiti. 
3. Pothos é o basiónimo, ou seja, o primeiro táxone atribuído à espécie, facto que não implica que o nome seja válido.


Depois de ter explicado a atribuição do novo táxone a esta espécie, Epipremnum aureum, irei de seguida dar a conhecer o comportamento desta planta quando cultivada no território continental português.

O nome do seu epíteto específico, aureum, significa ouro em alusão à cor amarelo forte das suas folhas. O nome do género Epipremnum, deriva do grego e resulta da junção das duas palavras, epi, que se traduz por 'sobre' e premnom que quer dizer 'tronco'. Uma designação que sugere o comportamento epífito de todas as 15 espécies conhecidas do género Epipremnum. Apenas o E.aureum é comercializado e está, sem dúvida, entre as plantas ornamentais mais populares em todo o mundo, com dezenas de cultivares desenvolvidos para agradar todos os gostos.


Eis a listagem das espécies validadas por Kew Royal Botanic Gardens, de Londres:

Nota: as designações em negrito são os táxones aceites, enquanto os restantes são sinónimos.


Os cultivares serão apresentados com imagens sumariamente descritivas. Estes prestam-se quando comprados sobretudo para cultura em interior. De uma forma geral são preparados pela indústria de plantas ornamentais, em vasos pequenos para servirem de decoração de secretárias e mesas, cultivadas num tutor coberto de musgo como pequena planta trepadeira ou ainda em cestos suspensos como planta pendente. Todas as formas comercializadas desta planta não asseguram a sua apresentação por muito tempo, já que a natureza da espécie é uma vigorosa trepadeira. Como tal, irá sempre acabar por desenvolver ramos compridos em busca de locais luminosos e amplos onde possa desenvolver-se saudavelmente. Estas condições encontrará mais facilmente no exterior e não como planta de apartamento.


Seguem-se as designações de alguns cultivares conhecidos:

Epipremnum aureum 'N' 'Joy' , um cultivar recentemente disponível no mercado português, com poucos resultados confirmados sobre o seu cultivo no exterior. (Foto não do autor)









Epipremnum aureum 'Golden Pothos', o cultivar mais popular e com melhores resultados quando cultivado em exterior. Esta planta apresenta-se nos viveiros e superfícies comerciais com bastantes variações de cor e variegação de cor, dependendo da maior ou menor luminosidade que recebeu. Foto do autor de 2012, em Lisboa.



A foto em baixo mostra uma variação do Epipremnum aureum 'Golden Pothos' com folhas mais pontiagudas. (Foto não do autor).


Epipremnum aureum 'Hawaiian Pothos', um cultivar desconhecido entre nós, restrito ainda aos EUA. Difere da anterior apenas no reforço da coloração amarela.

Epipremnum aureum 'Pearl and Jade'. Muito apreciada como planta interior não teve ainda oportunidade de assegurar êxito quando cultivada em exterior. Recentemente plantei um exemplar no exterior para avaliar o seu comportamento. (Foto não do autor).
Este cultivar pode ser facilmente confundido com o Philodendron hederaceum var. hederaceum, vendido com a designação errada de Philodendron scandens variegata Medio-picta.





Epipremnum aureum 'Marble Queen'. Muito semelhante ao anterior, no entanto mais riscado. Tornou-se recentemente conhecido entre os consumidores portugueses. A coloração é branca. Este cultivar pode ser facilmente confundido com o Philodendron hederaceum var. hederaceum, vendido com a designação errada de Philodendron scandens variegata Medio-picta. Veja como identificar um cultivar de ambos os géneros na descrição referente ao Epipremnum aureum 'Neon'.
 (Foto não do autor)

(Foto não do autor)


Este é o meu exemplar de Epipremnum aureum 'Marble Queen', cultivado no exterior. As fotos revelaram uma tonalidade amarelada que não corresponde à planta original, de folhas marmoreadas de cor branca, tal como apresentado nas fotos anteriores. Foto do autor de Agosto de 2012.


 
Epipremnum aureum 'Jade Pothos'. Uma variedade totalmente verde e com grandes esperanças no cultivo em exterior. (Foto não do autor).


Epipremnum aureum 'Tricolor', uma variedade rara em Portugal

Epipremnum aureum 'Neon', o cultivar da discórdia e da complicação, uma vez que as suas parecenças com o Philodendron hederaceum 'Aureum' ou 'Lime' são extraordinárias e enganam o mais sapiente horticultor. Este cultivar surge também com o nome de 'Goldilocks'.
Repare no exemplar cultivado por mim, de Epipremnum aureum 'Neon' no princípio do Inverno do ano de 2011, em Dezembro e como o frio danificou as suas folhas, sem porém o eliminar. Em baixo a mesma planta, fotografada pelo autor em Fevereiro de 2012.




Em cima, dois exemplos de Epipremnum aureum 'Neon'. Tente distingui-los dos cultivares do Philodendron hederaceum conhecidos com os nomes de 'Lime', 'Aureum', 'Aurea' e 'Gold' em baixo. (Fotos não do autor)








Para que não fique com dúvidas enumero algumas pistas que o ajudarão a identificar correctamente os dois géneros: Repare no desenvolvimento das folhas novas do Philodendron. São sempre protegidas por um catafilo, ou seja, uma folha reduzida que envolve a gema que irá despontar numa nova folha. De uma forma simples, repare numa pele translúcida que contém a próxima folha que virá a nascer. Quando esta folha nasce, a pele é rasgada, resseca, torna-se castanha e cai. No género Epipremnum, os catafilos são inexistentes.

Outra forma de separar os dois géneros está na observação cuidada das folhas juvenis. No Epipremnum, as folhas são ligeiramente dobradas a partir da nervura central e vistas de frente tomam a forma de 'V', enquanto as folhas do Philodendron são achatadas ou direitas em toda a sua superfície. Por fim, saiba que todas as espécies de Epripremnum são oriundas da Ásia, enquanto o género Philodendron e Monstera são nativas da América do Sul.

Epipremnum aureum 'Silver Splash' é na verdade um cultivar do género Scindapsus. Com frequência é apresentado nos viveiros pelos dois nomes, facto que causa muita indecisão na escolha certa de um Epipremnum.(Foto não do autor)



Epipremnum aureum 'Silver Satin', é outra variedade de um cultivar de Scindapsus. Tal como o exemplar anteriormente descrito, os horticultores designam-no com ambos os nomes. Deve, então, prestar muita atenção para não comprar um exemplar Scindapsus como este. (Foto não do autor)


 
O clima do litoral a sul do cabo da Roca até Setúbal e a costa algarvia desde o Alvor a Montegordo, são as zonas mais indicadas para o cultivo desta espécie em exterior com os melhores resultados. Quando bem estabelecida, nas zonas mais amenas da Costa do Estoril, Caparica, Algarve e área urbana de Lisboa, os exemplares tornam-se mais compactos, com folhas mais densas se cultivadas ao nível do solo e aqueles que tenham desenvolvido ramos trepadores, perdem as folhas mais velhas.

À espécie é atribuída a zona climática 10b (1,7ºC a 4,4ºC), [4] com muitas reservas uma vez que estes valores mínimos não podem ser duradouros por mais de 2 dias consecutivos.

Relatos de cultivadores amadores norte-americanos residentes em zonas climáticas entre 9a (-6,7ºC a -3,9ºC) e 10b (1,7ºC a 4,4ºC), afirmam que os seus exemplares são severamente danificados pelo frio, chegando a perder totalmente toda a planta excepto os ramos. Na Primavera seguinte, a planta reage ao aumento das temperaturas e começa a despontar novas folhas. Estes testemunhos são importantes para aprofundar os conhecimentos práticos do cultivo desta espécie. Nos estados do sul dos Estados Unidos, por vezes, são registadas temperaturas bastante baixas em climas geralmente muito amenos ou mesmo subtropicais, como a Califórnia, o sul do Texas ou o norte da Flórida. Os exemplares cultivados nestas áreas são, segundo a descrição dos cultivadores, plantas envasadas, de preenchimento de canteiros e algumas epífitas cobrindo grandes pinheiros, Pinus elliottii ou carvalhos, Quercus virginiana, típicos da paisagem da Flórida. Em todos os casos, as folhas são destruídas, mesmo aquelas de grandes dimensões, porém renascem com facilidade mal o ambiente aquece. A grande questão é a rapidez no aquecimento do ar, durante o Inverno nestas zonas, entre as mínimas nocturnas e as máximas diurnas, para além da grande amplitude térmica verificada, situação que não acontece durante o Inverno português, senão durante a Primavera portuguesa.

Para que seja melhor compreendida toda esta explanação, sugiro a leitura dos comentários deixados num fórum de discussão sobre o Epipremnum aureum:

On Mar 18, 2011, P.J. from Santa Monica, CA (Zone 10b) wrote: This plant can be grown outdoors in coastal Southern California with no problems at all. I have several potted on the rim of larger pots, some in full sun, some in all shade and even though the ones in the shade look way greener and prettier, ALL of them are thriving and growing like crazy. Easy to maintain...gives a very jungly, tropical look.
(Esta planta pode ser cultivada no exterior nas zonas costeiras do sul da Califórnia, sem problemas. Possuo vários exemplares envasados à sombra e ao sol directo e todos parecem crescer muito bem. Fáceis de manter, dão um aspecto de floresta tropical ao jardim.)


On Feb 4, 2011, G from Phoenix, AZ wrote: I also have this growing outside in Phoenix, AZ and left it uncovered during a 28 degree freeze with no damage. Later with 26 degrees recorded in my yard, the leaves died, but the plant is still alive. I used to think this was strickly a houseplant only!
(Também eu cultivo no exterior, aqui em Phoenix, no Arizona e deixei a planta sujeita a uma temperatura de -2,2ºC sem protecção e não sofreu danos nenhuns. Mais tarde registei um recorde de -3,3ºC no meu quintal, as folhas morreram, mas a planta sobreviveu. Pensei sempre que se tratava de uma planta de interior!)


On Jan 3, 2011, C.S. from Chandler, AZ (Zone 9b) wrote: I have had this plant growing in the ground in the front of my house ( north side) for 5 years and before that in a pot in an apartment. It has done great in the ground and has even survived down to 18 degrees.
(Tenho um exemplar cultivado directamente no solo, no jardim da minha casa, virado a norte durante 5 anos. Antes estava dentro de casa num vaso. Tem crescido bem e até sobreviveu a uma temperatura de -7,7ºC.)


On Aug 7, 2005, V. from Richmond, TX (Zone 9a) wrote: Leaves grow a lot bigger when planted outdoors. In fact, at first I thought I might have a "gigantea" variety and then someone explained to me it isn't a different plant, it just grows bigger outside. One of my neighbors has it growing like a ground cover and then up a tree. Leaves in ground are average, but ones growing up the tree huge from end to end.
(As folhas crescem mais quando a planta é cultivada no exterior. Na verdade, eu pensava que tinha uma variedade gigante mas alguém me explicou que se tratava da mesma planta, porém cresce mais no exterior. Um dos meus vizinhos usou a planta para preencher um canteiro. Alguns dos ramos subiram por uma árvore. As folhas dos ramos do chão são médias e as que subiram pela árvore são enormes.)


On Jul 22, 2003, M. from Bartow, FL (Zone 9a) wrote: These have been growing on oak trees in my yard for 30 years, sometimes killed back by cold, but coming right back. As the plant climbs higher, the leaves get larger and split to allow the air to go through without ripping them. When the vines drop down, the leaves get smaller as they grow closer to the ground.
(Estas plantas crescem sobre os ramos dos carvalhos do meu quintal há mais de 30 anos, por vezes são completamente queimadas pelo frio mas recuperam de imediato. Quanto mais alto os ramos da planta chegam, maiores são as folhas. Lá no alto, as folhas crescem mais separadas para permitir a circulação do vento e assim evitam ser rasgadas. Quando os ramos descem, as folhas ficam mais pequenas.)


On Jul 22, 2003, S. from St. Petersburg, Florida (zone 9b) wrote: I've had several pothos plants for about 15 years that were grown from cuttings taken from an outdoor plant that grows high up a pine tree. The original plant on the pine tree survived 18 F--it froze to the ground, but amazingly came back up that next spring. It's always still there, climbing perhaps 30 feet or higher.
(Tenho vários exemplares desde há 15 anos propagados de uma planta plantada no exterior junto a um pinheiro. Esta sobreviveu a uma temperatura de -7,7ºC. Ficou queimada porém rebentou surpreendentemente na Primavera seguinte. Ainda sobrevive, trepando pelo pinheiro a mais de 9 metros de altura.)


Cada exemplar que adquirir terá um comportamento diferente do outro e tudo dependerá das condições ecológicas que escolher para cultivá-lo. De um modo geral, o Epipremnum aureum, tem boa capacidade para resistir a períodos mais ou menos duradouros de baixas temperaturas. Porém, manifestar-se-á cerca de 3 a 4 semanas após ter sido submetido a este estresse climatérico. O frio causa queimaduras no centro das folhas de cor castanho em forma de nódoas. Oscilações abruptas ou queda repentina de temperatura ou registos de valores entre os 0ºC e os 5ºC, danificam o exemplar deixando características que a imagem que se segue demonstra.

Fotos registada pelo autor em Fevereiro de 2012, em Lisboa, após uma onda de frio bastante acentuado em que as temperaturas nocturnas aproximaram-se dos 5ºC.

Os danos não são recuperáveis e as folhas marcadas ou parcialmente destruídas por situações de clima adverso ou condições de cultivo inadequadas, não recuperarão. Estarão irremediavelmente perdidas do ponto de vista estético. Contudo, raramente sucumbirão o que faz desta espécie uma planta muito adaptável ao clima do litoral português. Se por um lado, a planta perde o interesse estético, por outro mantém-se por muitos anos na mesma situação, não manifestando qualquer desenvolvimento, apesar de sobreviver sob estresse hídrico, sobretudo no Verão, e pela agressão do frio, no Inverno. Esta é a razão principal para que as pessoas desistam de cultivar o belíssimo Epipremnum aureum. Conheço muito poucas espécies que reagem da forma que esta o faz perante as condições ecológicas em que se encontra. A robustez da planta em sobreviver com escassez de água, luminosidade baixa, exposição solar exagerada ou intensa, fortes amplitudes térmicas ou períodos de frio prolongado e reduzida humidade relativa do ar, é notável. Porém, não basta saber que o seu exemplar resiste a estas severas condições, para cultivá-lo no exterior, pois não irá apreciar a sua aparência.

Sol forte ou intensa exposição solar deixa graves queimaduras nas folhas dos cultivares com variegação ou estas ficarão com manchas necróticas, como ilustra a imagem acima apresentada. Algumas plantas, ainda que jovens, conseguem regenerar-se com grande vitalidade quando transplantadas e expostas num local muito soalheiro, produzindo com enorme eficácia folhas novas, perfeitamente preparadas para a forte luminosidade.

Esta pequena planta foi colocada directamente ao sol, logo após a sua compra num supermercado onde, provavelmente, se encontrou durante algumas semanas privada de luz natural. As folhas ficaram queimadas por contacto directo do sol, porém em poucas semanas, desenvolveu novas folhas e ramos que mostraram-se perfeitamente capazes de suportar a intensidade máxima do sol estival. Repare nos resíduos de folhas mais antigas parcialmente destruídas pelo sol. Foto do autor de Agosto de 2012, em Lisboa.

A escolha de um local soalheiro é sempre preferível parta uma planta cultivada no exterior, não obstante crescer em zonas sombrias. A minha experiência dita-me que a planta ganha maior robustez com os benefícios da luz do sol directo. Neste cenário, as regas têm de ser copiosas durante todo o Verão.

Outros exemplares conseguirão suportar sem problemas, sol directo forte após alguns meses de adaptação, quando novas folhas nascerem já depois da planta estabelecida no local e sobretudo quando atingir uma idade de maturação significativa. A idade adulta de um Epipremnum aureum, em Portugal continental é desconhecida até hoje. Ainda não foram cultivados exemplares em condições ideais para que uma planta tenha o desenvolvimento perfeito até esta fase. Acredito que seja possível, com muito cuidado e ajuste no local onde seja plantada. São exigidas algumas medidas que deverão ser verificadas durante toda a vida da planta sem interrupção: Protecção contra a formação de geada e ventos fortes de todos os quadrantes, escolhendo preferencialmente uma parede voltada a su-sudeste e ligeiramente recolhida por um alpendre, telheiro ou treliça. Composto enriquecido e com boa drenagem, adubado com regularidade durante a Primavera e Verão. Ambiente húmido através da proximidade de um fontanário ou de maciços de outras plantas de folha persistente e regas diárias, frequentes nos dias de maior calor favorecem o desenvolvimento rápido da planta. Está particularmente indicada como planta semi-aquática em ambientes onde a água seja abundante como fontes, lagos ou cascatas. O amarelecimento das folhas pode ser indício de que a água não está a ter o escoamento exigido.

A rega deve ser copiosa nos dias de maior calor, porém durante as estações mais frescas, recomendo que a terra esteja seca antes de voltar a regar. Durante o final do Outono até ao ascenso da temperatura na Primavera, a planta entra no período de dormência, pelo que não deve ser estimulada com adubos.

Uma atenção especial para locais demasiado escuros que poderão ocasionar folhas sem coloração e a sua consequente diminuição de tamanho, ponto que vai absolutamente contra os objectivos na cultura do Epipremnum aureum. Todo o valor e exuberância desta espécie residem precisamente na dimensão das suas folhas adultas e difíceis de conseguir no exterior. Um exemplar envasado mas bem posicionado numa varanda de um edifício nas Avenidas Novas, no centro de Lisboa, surpreendeu-me quando observei cerca de 3 folhas com maturação intermédia, quase adulta, numa planta cultivada no exterior há pelo menos 5 anos. O mesmo testemunho, desta vez de um exemplar cultivado no sul de Portugal, é ilustrado nas seguintes fotos:

Dois registos de 2008 de um belíssimo Epipremnum aureum localizado no Alvor, Algarve. Repare-se nas folhas de dimensões notáveis para um exemplar cultivado no exterior. O recolhimento, talvez um pouco demasiado, da planta relativamente à luz solar directa, privou-a de desenvolver folhas plenamente adultas. O risco que se corre na escolha de um local exposto é enorme quando o Inverno mostra toda a sua força e marcas na folhagem da planta atingida. Neste caso, o surgimento de folhas adultas durante o Verão podem ser irremediavelmente perdidas com as temperaturas baixas do Inverno. (Foto do autor)
O nascimento de folhas maduras ou plenamente adultas deve ser estimulado com adubos de libertação lenta ou foliar com uma boa concentração de magnésio indicado para a coloração variada típica da espécie.

Como já foi referido, as folhas têm um período de vida muito alargado e manter-se-ão sempre que as condições ideais sejam acauteladas. As novas folhas ditarão as faltas que a planta encontra nas condições de cultivo; luminosidade, exposição solar, protecção do frio, composto nutritivo e localização mais indicada no exterior. Se estas surgirem menores que as anteriores e mantiverem a tendência, significa que as condições não são as melhores para conseguir uma maturação do exemplar. Por outro lado, a sua sobrevivência tampouco estará em causa, mas produzirá folhas raquíticas e sem especial interesse.

Fotos do autor tiradas em Janeiro de 2012, perto da localidade do Couço, no Ribatejo, região com grandes amplitudes térmicas diurnas e mínimas muito baixas. Repare-se na orientação desta casa, onde o alpendre virado a sudoeste e sem beneficiar de sol directo durante a maior parte do dia, abriga um Epipremnum aureum.
A planta foi visivelmente adquirida já com uma dimensão considerável e colocada no exterior ao fim de um tempo de ser cultivada em interior. As folhas algo maduras manter-se-ão até serem danificadas pelas duras condições ecológicas que se fazem sentir naquela região. A planta sobreviverá, renovando-se com folhas diminuídas e pouco interessantes. É uma reacção natural da planta face a uma alteração das condições ideias de cultivo.
O Epipremnum aureum é uma trepadeira muito agressiva no seu habitat natural, procurando suportes que o conduzam até à abóbada da floresta tropical, geralmente em grandes árvores, com a finalidade de se expor à maior quantidade de sol possível. Agarra-se literalmente ao seu hospedeiro com raízes adventícias [5] muito fortes e de tamanho impressionante.

Sendo uma planta trepadora, deverá dar-lhe total liberdade para usufruir plenamente deste seu comportamento natural. Ainda que cresça rapidamente não serve como trepadeira de coberturas, treliças ou pérgulas, uma vez que não tem um carácter fechado. Escolha um canteiro junto a uma parede, facto que aumenta a protecção durante o Inverno contra as correntes de ar frio assim como aumenta a temperatura diurna e nocturna, pela retenção de calor na referida parede.

A planta tende a encostar sobre superfícies, troncos, muros e até janelas recorrendo às suas raízes aéreas que literalmente se colam ao suporte onde se encontram. Os caules são muito flexíveis e propícios a quebrar-se com facilidade quando forçados. As referidas raízes nascem ao longo dos ramos a partir de nós bem visíveis e uma vez removidas do local onde estão agarradas, perdem totalmente essa função. Demorará bastante até que novas raízes desempenhem o papel das anteriores. Por esta razão, a planta não deve ser incomodada uma vez plantada em local definitivo. Lembre-se ainda que ficarão marcas dos resíduos das raízes que sustentavam a planta à parede, por isso, faça uma escolha acertada quando decidir cultivá-la no seu jardim.

Distingue-se do género Philodendron pelos veios das suas folhas em forma de rede, enquanto este apresenta folhas com veios paralelos. Outros meios de identificação são revelados nas descrições do cultivar Epipremnum aureum cv. 'Neon'.

As folhas do E. aureum, são muito características da subfamília das aróideas e como tal têm um comportamento duplo, a que chamamos de variação natural e de morfogénese. [6]

Esta particularidade poderá ser difícil de aceitar mas resulta de dois pontos: a variação natural e a ontogenia. A ontogenia debruça-se sobre o processo natural de mudanças observadas durante o ciclo de vida de qualquer planta e que se traduzem, a exemplo, na alteração que as folhas jovens sofrem quando atingem a maturação até ao seu estado completamente adulto. A terminologia morfogénese é aplicável, porém a designação científica é, na verdade, ontogenia.

A variação de folhas é extremamente vulgar e explica-se pelo ajustamento do indivíduo ao meio onde cresce. As folhas são a identidade do exemplar, apesar de não entrarem como elemento classificador, ou seja, a classificação não assenta senão nos órgãos sexuais da planta e, portanto, diferentes formas de folhas do Epipremnum aureum, não implica pertencer a espécies diferentes.

A variação natural é um processo mais lento e traduz-se na ciência quando um organismo vivo não é constante na sua aparência, diferenciando-se das características gerais da sua espécie, sem deixar de pertencer à mesma através de alterações nas suas características físicas. Esta variação poderá ter causas ligadas à localização geográfica do exemplar bem como factores ambientais, como a intensidade da luz, nutrientes disponíveis ou situações de doença e infestação. Neste caso, a resposta da planta a estes factores através de uma alteração física das suas folhas, é denominada de plasticidade fenotípica (consiste na capacidade dos organismos em alterar a sua fisiologia ou morfologia de acordo com as condições do ambiente). Veja-se um exemplo ilustrado nas fotografias seguintes:

Foto de 2012 do autor de um exemplar exposto a muita luminosidade. Apesar destas condições favoráveis, as folhas são pequenas uma vez que se trata de uma planta ainda juvenil.


Em cima e em baixo, fotos do autor de 2012, de um fabuloso exemplar encontrado em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, Brasil, em que o disformismo foliar é muito evidente. Na mesma planta, observamos folhas adultas, totalmente amadurecidas e completamente formadas, enquanto na parte inferior da mesma planta, folhas juvenis surgem de ramos recém- formados.


Nas fotos seguintes, realço o facto de não ser necessário deslocar-nos a países de climas tropicais de modo a observar plantas de idade adulta. Justifico esta afirmação mostrando os exemplares cultivados no emblemático jardim de Elche, próximo a Alicante, no sul de Espanha, onde as semelhanças das fotos registadas em Belo Horizonte, no Brasil e estas com os exemplares europeus, existentes naquele jardim espanhol são espantosas, fazendo, por momentos, crer que somos transportados para uma paisagem de um qualquer jardim dos trópicos.
 Reparem no disformismo foliar. As folhas adultas e muito desenvolvidas provam a perfeita aclimatação desta planta a esta parte da Europa. Foto do autor registada no Huerto del Cura, Agosto de 2013.
O ambiente criado nesta colecção botânica é a absolutamente extraordinária e recria integralmente a paisagem ds zonas tropicais do planeta. Em cima e em baixo, foto do autor registada no Huerto del Cura, Agosto de 2013

No seguimento das fotos anteriores, não resisto em partilhar os outros exemplares de Epipremnum aureum existentes naquele mesmo jardim, e por mim fotografados com extremo entusiasmo.






Todas as fotos são do autor e foram registadas no Huerto del cura, Elche, Alicante, em Agosto de 2013.

Mais surpreendente é, talvez, o mais belo exemplo de Epipendrum aureum, em toda a Europa. Este encontra-se no jardim Parque Botánico El Majuelo, em Almuñécar, próximo de Motril, (na costa mediterrânica da província de Granada) também no sul de Espanha. Quem observe uma foto isolada e não legendada à cerca da localização deste exemplar, certamente iria assegurar-se tratar-se de uma planta numa qualquer zona tropical do globo. Creio ser absolutamente desnecessário adiantar mais comentários a esta extraordinária preciosidade botânica. Todas as fotos são do autor, de Novembro de 2011.


 A dimensão das suas folhas e o porte da planta é bem visível com a referência humana.

As folhas do Epipremnum aureum, serão diferentes de acordo com a idade dos ramos a partir do qual nascem e das condições ecológicas onde é cultivado, como já foi referido. Portanto, são conhecidos de uma maneira geral as seguintes formas:

Período juvenil ou folhas em ramos jovens, plantas cultivadas em vasos ou exemplares com pouca exposição solar, plantas cultivadas directamente no solo sem possibilidade de trepar, apresentam folhas com dimensões reduzidas, verde-escuro, em forma de coração e lustrosas.
Este comportamento verifica-se de igual modo em zonas de clima tropical, quente e húmido, tal como a foto seguinte comprova:
Foto do autor de 2014, no Bosque dos Jequitibas, em Campinas, estado de São Paulo, Brasil

Em baixo, todas as fotos foram registadas no Jardim Histórico La Concepción, em Málaga, em Abril de 2013.
Estas fotografias poderiam atirar-nos para o Jardim Botânico de Porto Alegre, no sul do Brasil ou de Buenos Aires, Argentina. 
Em cima, a planta cultivada directamente no solo, como planta de forração. A envolvência da planta com as demais espécies tropicais, conferem àquele espaço um ambiente absolutamente fiel à paisagem dos trópicos. Este é um episódio relativamente repetitivo nos jardins que se encontram junto ao mediterrâneo. (Fotos do autor, Jardim Histórico La Concepción, Málaga, Abril 2013)


Exemplar cultivado num local a meia sombra num contentor, em Lisboa. Foto do autor de 2011.

Veja o mesmo exemplar fotografado em Agosto de 2012, como se desenvolveu rapidamente. A planta que faz parte da colecção do autor tornou-se vigorosa e produziu folhas pré-adultas.



Quando a planta envelhece e a luminosidade é alta, com sol directo e muita humidade, as folhas apresentam uma dimensão intermédia com manchas irregulares e intensa coloração (de acordo com a tonalidade do cultivar), forma arredondada, somente nas folhas dos ramos superiores com comportamento trepador, fortemente agarradas a um hospedeiro através de raízes adventícias. Quando pendem, os ramos apenas produzem folhas de tamanho pequeno. Esta fase é possível conseguir em plantas cultivadas no clima português. Em baixo um exemplo de um Epipremnum aureum, cujas folhas estão numa fase intermédia. (Foto não do autor).


Verifique as folhas de dimensão reduzida nos longos ramos pendentes em contraste com folhas plenamente formadas e adultas que nascem a partir dos ramos trepadores. Todos pertencem ao mesmo indivíduo. Foto do autor, de 2011, registada na entrada do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Numa última fase, improvável de se verificar em todo o território continental português, as folhas ganham proporções enormes, por vezes recortadas em todas as margens ou irregularmente recortadas, característica única desta espécie entre todos os Epipremnum. Não existe uniformidade no recorte das folhas adultas em uma só planta e tomam formas arredondadas a ovaladas.

As folhas adultas por vezes são tão grandes que, depois de uma forte chuvada, as raízes aéreas desprendem-se do seu hospedeiro e ramagens inteiras acabam por tombar. Foto do autor de 2014, no Bosque dos Jequitibas, em Campinas, Brasil.

Fotos de 2011, do autor registadas em Key West, no estado da Flórida. Note-se as enormes folhas bem desenvolvidas e na fase plenamente adulta, em que a forma rasgada das folhas testemunha um exemplar muito maduro. 



As recomendações de cultivo desta espécie em climas tropicais aconselham locais a meia sombra. Porém, nos locais onde possa ser cultivada em Portugal, deverá escolher um local soalheiro, como já foi referido. Uma sugestão é colocar exemplares de Epipremnum aureum, a fim de se emaranharem por entre sebes verdes ou um arbusto de pequeno porte, que lhe sirva de hospedeiro e, ao mesmo tempo, sirva de protecção. A finalidade é estética mas impede que a planta seja danificada pelo vento, o qual poderia perturbar a estabilidade da planta. O efeito é muito curioso e certamente original. Outra solução é usá-lo como planta de forração, isto é, preencher um canteiro com inúmeros exemplares, uma vez que os preços de mercado são bastante acessíveis. Lembre-se que, neste caso, as folhas permanecerão pequenas e devem receber sol directo para que, durante o Inverno, resistam ao frio. Uma vez que esta espécie tem um comportamento como trepadeira e como pendente, os seus ramos quando apoiados numa parede ou tronco de árvore, desenvolvem raízes aéreas que servem de aderência. Quando os ramos pendem e tocam o solo, as mesmas raízes entram no solo e retiram nutrientes para a planta.

Esta espécie é bastante tóxica quando ingerida e causa irritações menores que duram por alguns minutos quando a sua seiva entra em contacto com a pele. Causa dores fortes na boca quando mastigada.

Por outro lado é uma das 10 mais indicadas para cultivo em interior dadas a sua profunda capacidade em renovar o ar, tornando-o limpo de impurezas e toxicidade.

Outro detalhe interessante reside no facto de ser muito vantajoso quando cultivada em aquários com aninais vivos, uma vez que as suas raízes absorvem os nitratos, que alimentarão a planta, contidos na água, limpando-a. Cultive os exemplares fora do aquário mantendo ramos que enraizarão rapidamente em contacto com a água, para promover este processo de simbiose.

Não há registo de florir em cativeiro.

A multiplicação desta espécie é a sua grande vantagem, já que é com enorme facilidade e rapidez com que enraíza através do método de estaquia, [7] mergulhia [8] e alporquia [9].

Ao longo dos longos caules da planta vão-se formando pequenas raízes aéreas que facilitarão o enraizamento em caso de separação da planta mãe. Contudo, nos métodos mais seguros de mergulhia e alporquia, o corte em contacto com a terra húmida induz ao desenvolvimento das raízes enquanto os nutrientes essenciais são mantidos pela parte intacta do caule. Desta forma não perderá a muda. O ambiente húmido e quente em estufa aquecida acelera espantosamente o enraizamento. Este é, indiscutivelmente, o lado mais aliciante desta planta.

Poderá ainda retirar um pequeno ramo cortando-o abaixo de um nó de uma folha, remover as folhas inferiores desse mesmo ramo e colocá-la em água pois rapidamente criará raízes. Se preferir os métodos acima descritos, faça-o durante os meses mais quentes do ano, sem nunca esquecer que o composto tem de permanecer bastante húmido e bem drenado. No caso de desejar propagar a sua planta durante o Inverno, coloque a muda num composto de turfa e argila expandida. Prefira um vaso de barro poroso. Deposite-o dentro de um saco de plástico e feche-o com um atilho. Escolha um local bem iluminado com luz solar indirecta. A humidade criada no seu interior forçará o enraizamento em poucos dias. Quase notará diariamente o crescimento da muda. Lembre-se que somente deverá retirar o plástico quando a planta tiver um bom sistema radicular. A passagem para um ambiente menos húmido e quente irá fragilizar a planta pelo que não descuide a assiduidade na rega. O vaso poroso que agiu como absorvedor de humidade, agora terá o efeito contrário e facilitará a evaporação de água velozmente. Transplante-a apenas quando o composto estiver saturado de raízes. A cultura em vaso é apenas recomendada para propagação. Esta é uma espécie que exige ser reenvasada a cada dois anos sob pena de perder muita da sua beleza e dimensão.

Quando a planta está privada de luz fica vulnerável a doenças e pragas de pulgões e cochonilha. O combate passa por proporcionar-lhe sol directo em locais bem arejados, para obter exemplares saudáveis. Jamais proceda a qualquer poda de ramos vivos. Remova unicamente aqueles que se encontram mortos. Mantenha a dimensão da planta ao longo do tempo sem nunca limitar o seu crescimento. Cortá-la é enfraquecê-la, na medida em que a planta não dispõe de tempo suficiente para, numa estação apenas, desenvolver ramos novos que amadureçam a tempo de enfrentar o Inverno.

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4. USDA ou United States Department of Agriculture, através do departamento de pesquisa agrícola elabora anualmente uma carta onde assinala as zonas climáticas divididas por classes ou categorias. Servem de referência para o cultivo das espécies numa determinada localização, sempre baseado nos registos de temperatura mínimas absolutas colhidas num período específico. A carta tem uma escala dividida em 12 zonas que por sua vez são subdivididas em classe 'a' e 'b'.
5. Raízes adventícias são raízes secundárias independentes da raiz primária e que nascem a partir dos caules ou folhas de qualquer vegetal.
6. A moforgénese vegetal é definida como a dinâmica de geração e expansão da forma da planta no espaço (LEMAIRE; CHAPMAN, 1996)
7. A estaquia consiste no método de reprodução assexuada de plantas em que se plantam pequenas estacas de folhas, caules, raízes ou ramos num ambiente indicado para que se desenvolvam novas plantas.
8. A mergulhia é outro método de multiplicação assexuada em que se dobram ramos da planta mãe a fim de enterrá-los na terra. Poderá fazer-se um pequeno golpe na área a enterrar a fim de estimular o crescimento de novas raízes.
9. A alporquia é semelhante ao tipo de propagação anterior, porém o ramo com o corte parcial é mantido fora do contacto com o solo mas envolvido com um composto de húmus e musgo e fechado com um plástico devidamente amarrado.

Referências bibliográficas:
http://hort.ifas.ufl.edu/database/documents/pdf/shrub_fact_sheets/epiaura.pdf University of Florida, Cooperative Extension Service, Institute of Food and Agriculture Sciences

WHISTLER, ARTHUR W; TROPICAL ORNAMENTALS A GUIDE, Timber Prees, 2000, Portland, Oregon



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