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Epipremnum pinnatum (L.) Engl., Pflanzenr., IV, 23B: 60 (1908).
A espécie Epipremnum pinnatum tem duas grandes dificuldades associadas: a extrema raridade para adquiri-la e a extrema semelhança com outros géneros. Refiro-me em primeiro lugar à Rhaphidophora decursiva e à Monstera deliciosa.
Nesta foto do autor de Agosto de 2012, o exemplar da colecção do autor, mostra grande vigor e atinge uma altura de 2,5 metros. As folhas superiores poderão lembrar uma Monstera deliciosa numa fase juvenil e até enganar o observador menos conhecedor. Observe este conjunto de Monstera deliciosa, cujas folhas ainda não estão totalmente maduras e individualmente parecem-se com as folhas do Epipremnum pinnatum, acima ilustrado. Em baixo, foto do autor registado no Parque da Nações em 2007.
Nesta foto de 2007 registada pelo autor, numa varanda junto ao elevador do Lavra, em Lisboa, mostra um exemplar de Monstera deliciosa cultivado em vaso. A planta muito limitada no seu crescimento pela dimensão do vaso, não desenvolve folhas maduras. Estas mantêm-se muito semelhantes às do Epipremnum pinnatum numa fase pré-adulta. Este facto resulta da variação natural a que ambas as espécies estão sujeitas e, por consequência, podem confundir o observador na sua identificação.
Nesta foto de 2007 registada pelo autor, numa varanda junto ao elevador do Lavra, em Lisboa, mostra um exemplar de Monstera deliciosa cultivado em vaso. A planta muito limitada no seu crescimento pela dimensão do vaso, não desenvolve folhas maduras. Estas mantêm-se muito semelhantes às do Epipremnum pinnatum numa fase pré-adulta. Este facto resulta da variação natural a que ambas as espécies estão sujeitas e, por consequência, podem confundir o observador na sua identificação.
De facto é necessário observar com muito cuidado as folhas do Eppipremnum pinnatum para ter a certeza de que se trata desta espécie e não da mais vulgar, a Rhaphidophora decursiva.
Foto do autor do ano de 2011, registo de um exemplar de Rhaphidophora decursiva na Estufa Fria de Lisboa, em cima e em baixo, foto do autor, de uma folha da espécie já citada, pertencente à colecção do autor.
Sem querer baralhar, senão ajudar a prevenir a confusão entre os géneros, repare e compare, com cuidado, em baixo, uma folha de Epipremnum pinnatum. (Foto do autor)
Entre estes dois géneros encontramos um verdadeiro desafio quando se trata de identificá-los. De uma maneira geral, as folhas adultas do Epipremnum pinnatum são mais ovaladas ou arredondadas, mais planas e menos marcadas com veios ou nervuras. Outro pormenor que talvez ajude a separar os géneros, está na extremidade de cada recorte das folhas do Epipremnum pinnatum. Estas extremidades são levemente cuspidadas ou pontiagudas, isto é, têm uma certa continuidade que, por vezes, ligam-se por meio de uma finíssima língua até ao próximo recorte, a qual facilmente se rompe. A foto em baixo mostra um exemplar adulto, bem ilustrativa das características apontadas. Foto não do autor.
Repare também na formação menos retorcida do caule, menos nodoso e com nós menos evidentes que a Rhaphidophora decursiva. O crescimento dos caules é mais direito ou vertical enquanto a Rhaphidophora decursiva abraça o hospedeiro, num desenvolvimento mais circular. Foto do autor de um exemplar de Epipremnum pinnatum registado em 2011, nos jardins de Pine Crest Botanical Gardens, em Miami, Flórida.
Voltando a uma análise mais atenta às folhas do Epipremnum pinnatum, segundo os botânicos do South China Botanical Garden, ao longo da nervura central das folhas fenestradas observam-se minúsculas perfurações ou orifícios com cerca de 2 mm, que são inexistentes nas folhas da Rhaphidophora decursiva. Estes diminutos pontos são sobretudo visíveis quando vistos pela página inferior da folha, ou seja, pelo avesso da folha. Geralmente não ocorrem quando as folhas são jovens e não recortadas ou pinadas.
As três fotos do autor mostram com muita nitidez as perfurações típicas das folhas do Epipremnum pinnatum. A primeira foto à esquerda em cima, é um registo da página inferior da folha, através do qual conseguimos uma boa percepção dos orifícios.
No caso das folhas da Rhaphidophora decursiva apresentam uma forma mais rectangular com os recortes mais alinhados e simétricos. O caule deste género tem muitos nós e bastante próximos uns dos outros, aspecto que o distingue do caule do Epipremnum pinnatum.
Foto do autor registado no Jardim Botânico de São Paulo em 2008. O exemplar adulto de Rhaphidophora decursiva, apresenta folhas bem desenvolvidas, rectangulares, pinadas com a extremidade do recorte arredondado e veios muito marcados. Os caules não muito nodosos e retorcidos. Toda esta leitura poderá ajudar na identificação entre este género e o Epipremnum pinnatum. Em baixo, um pormenor dos veios de uma folha pré-adulta de Rhaphidophora decursiva, cultivada na Estufa Fria de Lisboa. Foto do autor de 2007.
O histórico desta espécie é vasto e muito confuso, já que foi classificada por várias vezes como pertencente ao género Rhaphidophora, Scindapsus e Monstera. Quando foi finalmente incluída no género Epipremnum, passou por diversas designações que actualmente são sinónimos, até se concluir que o táxone válido é Epipremnum pinnatum.
A designação Epipremnum pinnatum tem como sinónimos de acordo com os dados de Kew Royal Botanic Gardens:
Por outro lado, o Epipremnum pinnatum é quase sempre mal interpretado e o seu nome atribuído ao E. aureum. Recentemente, foi finalmente explicada a separação destas duas espécies, ambas válidas e reconhecidas por Kew Botanical Gardens. A popularidade de uma das plantas ornamentais mais comercializadas em todo o mundo, o Epipremnum aureum é contrastante com a raridade do Epipremnum pinnatum, uma ornamental bastante desconhecida.
Exemplar do Epipremnum aureum cultivado pelo autor. Foto de 2012.
Tal como é explicado na espécie E. aureum, também esta mostra um comportamento denominado por variação natural. Repare como a folha juvenil é bem diferente das plenamente adultas, passando ainda por uma fase intermédia.
Os ramos de um só exemplar podem apresentar folhas juvenis, com forma de coração ou seta, sem recortes e com o veio central muito vincado dobrando levemente a folha. Vista de lado tem uma forma de 'V', detalhe muito particular do género Epipremnum e que ajuda na distinção dos géneros Philodendron, em particular o Philpodendron hederaceum e do género Rhaphidophora. O Epipremnum pinnatum tem com frequência, no ápice ou seja, na extremidade de cada gomo ou ponto de crescimento, matéria fibrosa de cor acastanhada, que o distingue de qualquer Philodendron.
Fotos do autor de Agosto de 2012 em que se observa um ramo que produz folhas juvenis bastante reduzidas sem qualquer recorte. Nesta fase, a planta poderá ser confundida com o Philodendron hederaceum pelo observador menos conhecedor e atento.
Na foto em baixo, a mesma planta com uma folha a evidenciar os recortes típicos das folhas amadurecidas. Numa fase mais adulta, os ramos deste exemplar produzirão folhas pré-adultas com evidências pinadas, característica da espécie. Foto do autor de Agosto de 2012.
Numa fase mais desenvolvida ou tardia, as folhas apresentam alguns recortes muito pronunciados ainda que irregulares em torno das margens. Em termos botânicos, designa-se por folhas fenestradas ou perfuradas ou ainda que apresentam orifícios.
Ao contrário do Epipremnum aureum, este desenvolvimento das folhas acontece com maior rapidez nos exemplares cultivados no exterior em certas zonas do clima continental português. A foto seguinte testemunha o mesmo exemplar das fotos anteriores, em que este ramo, com cerca de 2 anos de vida, já produz folhas de dimensões razoáveis e muito próximas daquelas plenamente formadas.
Ao contrário do Epipremnum aureum, este desenvolvimento das folhas acontece com maior rapidez nos exemplares cultivados no exterior em certas zonas do clima continental português. A foto seguinte testemunha o mesmo exemplar das fotos anteriores, em que este ramo, com cerca de 2 anos de vida, já produz folhas de dimensões razoáveis e muito próximas daquelas plenamente formadas.
Foto do autor do exemplar por mim cultivado. Data de Agosto de 2012.
As folhas totalmente adultas tomam dimensões interessantes, mas pouco prováveis no clima continental português. Note-se o exemplar que pertence à minha colecção, bem estabelecido e com folhas adultas, porém de média dimensão, visto não encontrar no clima de Lisboa as condições ideais para um desenvolvimento pleno, como sucede em zonas de clima tropical.
Fotos do autor de Agosto de 2012.
A foto em baixo mostra um exemplar de Epipremnum pinnatum, com desenvolvimento trepador sobre uma parede, cujas folhas apresentam formas pinadas irregulares de diferentes tamanhos. Parece que quando esta planta se apoia numa parede não produz folhas de grande dimensão.
(Foto não do autor)
Fotos de 2012, do autor de exemplares com folhas totalmente maduras, bem formadas e compostas. O clima permanentemente quente do sul da Flórida, proporciona todas as condições ecológicas para o pleno desenvolvimento desta planta. As folhas atingiram uma fase adulta muito interessante. Registos do Pine Crest Botanical Gardens, em Miami.
Oriunda das regiões tropicais e subtropicais da Ásia, segundo os dados disponibilizados por Kew Royal Botanic Gardens, através do World Checklist of Selected Plant Families, a espécie é abrangente aos países desde a Tailândia, Mianmar, Laos, Camboja, China setentrional, Vietname, Filipinas, Indonésia e algumas ilhas da Melanésia, no pacífico, como as ilhas Fiji, Tonga, Samoa, Salomão e Vanuatu. Outras fontes indicam que também algumas zonas temperadas da China, (Guangdong, Guangxi, Yunnan), as ilhas japonesas de Ryukyu de clima subtropical, a Formosa ou Taiwan, Bangladesh e Índia (incluindo as ilhas de Nicobar e Andaman), Malásia, Papua Nova Guiné e os territórios do norte australiano, são áreas onde a espécie é nativa. [1]
É nas regiões setentrionais da China, aquelas que apresentam um clima mais fresco, entre as restantes onde a espécie se desenvolve, que comprova a sua moderada tolerância ao frio. O facto de ser observada na natureza em zonas até os 1600-2000 metros de altitude [2] aumenta a sua capacidade em resistir às baixas temperaturas. Mais tolerante às condições adversas do Inverno português que o Epipremnum aureum, esta planta surge como uma excelente candidata ao paisagismo do jardim tropical. O meu exemplar, nunca demonstrou qualquer dano causado pelo frio. Relativamente exposto aos ventos, tem mantido um crescimento saudável e rápido, produzindo vários ramos que procuram agarrar a apoios que o sustentem até conseguir uma exposição solar directa.
Na China, cresce nas zonas de floresta montanhosa, facto que coincide com o quadro invernoso da região de Lisboa. O relevo muito acidentado cobre quase a totalidade daquelas províncias, o que originam amplitudes térmicas, por vezes, muito acentuadas com arrefecimento nocturno. As características climáticas das três províncias chinesas onde a espécie é oriunda mostram que Guangdong, com temperaturas mínimas médias de 13ªC, Guangxi, com temperaturas mínimas entre os 6ºC e os 16ªC e Yunnan, com temperaturas mínimas que variam a partir dos 7ºC, se aproximam das temperaturas mínimas registadas na cidade de Lisboa, Costa do Estoril, Costa de Caparica e Algarve.
Quando bem desenvolvida e bem estabelecida, nas zonas bastante amenas do litoral da Costa do Estoril, Caparica, Algarve e zona urbana de Lisboa, tenderá a crescer com os seus ramos compactados, algo densos e muito rasteiros ao seu hospedeiro, como reacção a climas frios. Em zonas climáticas mais susceptíveis de dias de frio intenso, esta espécie sobreviverá razoavelmente se cultivada em locais mais abrigados, como alpendres ou debaixo de sacadas. Não poderá jamais sofrer o efeito de geadas nestas regiões do país. Poderemos atribuir-lhe a zona climática 10b (1,7º C a 4, 4º C). [3]
Nas ilhas havaianas, a espécie foi declarada como invasora e muito agressiva, ameaçando a flora local. No seu habitat natural, a planta também cresce sobre rochedos de granito, efeito que é muito sugestivo e interessante de reproduzir no jardim. Desenvolve raízes poderosas e caules vigorosos que se fixam em qualquer tipo de hospedeiro natural, como ramos, pedras ou troncos, quer artificiais, como paredes, grades ou colunas. O início da sua vida é, geralmente, terrestre. Procura ascender apoiando-se em superfícies que a elevem até chegar aos 15 m de altura, como grandes árvores da floresta tropical. Atravessa várias fases de crescimento, que se traduz por diversas formas de apresentação das suas folhascomo as do E. aureum, uma vez que, tal como todas as espécies da sub-família das aróideas, nesta também ocorre um comportamento duplo, a que chamamos de variação natural e morfogénese [4].
Esta particularidade poderá ser difícil de aceitar mas resulta de dois pontos: a variação natural e a ontogenia. A ontogenia debruça-se sobre o processo natural de mudanças observadas durante o ciclo de vida de qualquer planta e que se traduzem, a exemplo, na alteração que as folhas jovens sofrem quando atingem a maturação até ao seu estado completamente adulto. A terminologia morfogénese é aplicável, porém a designação científica é, na verdade, ontogenia.
A variação de folhas é extremamente vulgar e explica-se pelo ajustamento do indivíduo ao meio onde cresce. As folhas são a identidade do exemplar, apesar de não entrarem como elemento classificador, ou seja, a classificação não assenta senão nos órgãos sexuais da planta e, portanto, diferentes formas de folhas do Epipremnum aureum, não implica pertencer a espécies diferentes.
A variação natural é um processo mais lento e traduz-se na ciência quando um organismo vivo não é constante na sua aparência, diferenciando-se das características gerais da sua espécie, sem deixar de pertencer à mesma através de alterações nas suas características físicas. Esta variação poderá ter causas ligadas à localização geográfica do exemplar bem como factores ambientais, como a intensidade da luz, nutrientes disponíveis ou situações de doença e infestação. Neste caso, a resposta da planta a estes factores através de uma alteração física das suas folhas, é denominada de plasticidade fenotípica (consiste na capacidade dos organismos em alterar a sua fisiologia ou morfologia de acordo com as condições do ambiente).
Quando bem desenvolvida e bem estabelecida, nas zonas bastante amenas do litoral da Costa do Estoril, Caparica, Algarve e zona urbana de Lisboa, tenderá a crescer com os seus ramos compactados, algo densos e muito rasteiros ao seu hospedeiro, como reacção a climas frios. Em zonas climáticas mais susceptíveis de dias de frio intenso, esta espécie sobreviverá razoavelmente se cultivada em locais mais abrigados, como alpendres ou debaixo de sacadas. Não poderá jamais sofrer o efeito de geadas nestas regiões do país. Poderemos atribuir-lhe a zona climática 10b (1,7º C a 4, 4º C). [3]
Esta particularidade poderá ser difícil de aceitar mas resulta de dois pontos: a variação natural e a ontogenia. A ontogenia debruça-se sobre o processo natural de mudanças observadas durante o ciclo de vida de qualquer planta e que se traduzem, a exemplo, na alteração que as folhas jovens sofrem quando atingem a maturação até ao seu estado completamente adulto. A terminologia morfogénese é aplicável, porém a designação científica é, na verdade, ontogenia.
A variação de folhas é extremamente vulgar e explica-se pelo ajustamento do indivíduo ao meio onde cresce. As folhas são a identidade do exemplar, apesar de não entrarem como elemento classificador, ou seja, a classificação não assenta senão nos órgãos sexuais da planta e, portanto, diferentes formas de folhas do Epipremnum aureum, não implica pertencer a espécies diferentes.
A variação natural é um processo mais lento e traduz-se na ciência quando um organismo vivo não é constante na sua aparência, diferenciando-se das características gerais da sua espécie, sem deixar de pertencer à mesma através de alterações nas suas características físicas. Esta variação poderá ter causas ligadas à localização geográfica do exemplar bem como factores ambientais, como a intensidade da luz, nutrientes disponíveis ou situações de doença e infestação. Neste caso, a resposta da planta a estes factores através de uma alteração física das suas folhas, é denominada de plasticidade fenotípica (consiste na capacidade dos organismos em alterar a sua fisiologia ou morfologia de acordo com as condições do ambiente).
Outra questão muito pertinente é como adquirir um exemplar. Se procurar na internet, irá seguramente entrar num vasto mundo de contra informação que o atirará para nomes mal atribuídos e sobretudo, uma única possibilidade: uma variedade conhecida por Epipremnum pinnatum 'Cebu Blue', não validada por Kew Botanical Gardens mas defendida por alguns botânicos como sendo uma variação natural descoberta na ilha de Cebu, nas Filipinas. De cor azulada, muito atraente, é, porém, um pouco diferente dos exemplares analisados, sobretudo no seu período juvenil. (Fotos não do autor)
Forma juvenil do Epipremnum pinnatum 'Cebu Blue'.
Em cima, folhas adultas do Epipremnum pinnatum 'Cebu Blue'. (Foto não do autor).
Mais fácil de conseguir através de compra online, terá de procurar em sítios sobretudo norte-americanos uma vez que é aquele país que mais comercializa esta espécie. Na Europa é relativamente rara.
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1. Global Invasive Species Database
2. Segundo dados da Flora of China a espécie pode ser encontrada naquele país até uma altitude de 2000 m.
3.USDA ou United States Department of Agriculture, através do departamento de pesquisa agrícola elabora anualmente uma carta onde assinala as zonas climáticas divididas por classes ou categorias. Servem de referência para o cultivo das espécies numa determinada localização, sempre baseado nos registos de temperaturas mínimas absolutas colhidas num período específico. A carta tem uma escala dividida em 12 zonas que por sua vez são subdivididas em classe ‘a’ e ‘b’.
4. A morfogénese vegetal é definida como a dinâmica de geração e expansão da forma da planta no espaço (LEMAIRE; CHAPMAN, 1996).
Nos locais onde possa ser cultivada em Portugal, deverá escolher um local soalheiro. O sol estimula o seu crescimento, revigorando a planta durante a Primavera e o Verão. A planta crescerá nestas condições, produzindo novos ramos que a tornarão com melhor preparação para resistir ao Inverno. As folhas conseguem suportar bem a intensidade solar sem risco de queimaduras e adaptar-se-ão à luminosidade de acordo com as suas necessidades. Sempre que a luz escassear, as folhas serão mais pequenas e pouco fenestradas. O contrário sucede com forte luminosidade. Porém, é a planta que procura estas condições. Por vezes, um exemplar lança um ramo novo em busca de um local menos iluminado e rasteiro ao solo, para depois ascender com muito vigor à procura de sol directo. Nesta circunstância produz um ramo cuja parte terrestre ou inferior apresenta-se frágil e delgado, enquanto a parte aérea ou superior, engrossa e aparenta muito desenvolvimento, a ponto de não parecer pertencer ao mesmo ramo.
Quando cultivada apoiada a uma parede, de preferência de pedra, tende a desenvolver grandes folhas nos ramos mais elevados. Esta estrutura é uma boa opção para proteger a planta das correntes de vento frio. Um aspecto muito importante é não perturbar o crescimento do exemplar, descolando-o do seu hospedeiro. Uma vez que isto aconteça, as suas raízes adventícias, [5] com as quais se fixa, não voltarão a ter essa função. Uma planta incomodada é, seguramente, uma planta fragilizada. Quando removida, as marcas das gavinhas ficarão gravadas na parede, pelo que deverá contar com os danos se mais tarde tomar essa decisão. Os ramos pendentes ao tocar o solo transformam as raízes aéreas de modo a que entrem no solo e retirem nutrientes que alimentarão a planta.
A espécie é usada em algumas culturas das ilhas do Pacífico, para escurecer a dentição por verem nessa coloração um aspecto estético. Na China é utilizada para o tratamento de abcessos
O nome do género Epipremnum, deriva do grego e resulta da junção das duas palavras, epi, que se traduz por 'sobre' e premnom que quer dizer 'tronco'. Uma designação que sugere o comportamento epífito de todas as 15 espécies conhecidas do género Epipremnum. O nome do seu epíteto específico, pinnatum, significa no vocabulário botânico pinado ou composto em alusão à forma de pena das suas folhas.
Quando cultivada apoiada a uma parede, de preferência de pedra, tende a desenvolver grandes folhas nos ramos mais elevados. Esta estrutura é uma boa opção para proteger a planta das correntes de vento frio. Um aspecto muito importante é não perturbar o crescimento do exemplar, descolando-o do seu hospedeiro. Uma vez que isto aconteça, as suas raízes adventícias, [5] com as quais se fixa, não voltarão a ter essa função. Uma planta incomodada é, seguramente, uma planta fragilizada. Quando removida, as marcas das gavinhas ficarão gravadas na parede, pelo que deverá contar com os danos se mais tarde tomar essa decisão. Os ramos pendentes ao tocar o solo transformam as raízes aéreas de modo a que entrem no solo e retirem nutrientes que alimentarão a planta.
A multiplicação desta espécie é a sua grande vantagem, já que é com enorme facilidade e rapidez com que enraíza através do método de estaquia, [6] mergulhia [7] e alporquia [8]. Ao longo dos longos caules da planta vão-se formando pequenas raízes aéreas que facilitarão o enraizamento em caso de separação da planta mãe. Contudo, nos métodos mais seguros de mergulhia e alporquia, o corte em contacto com a terra húmida induz ao desenvolvimento das raízes enquanto os nutrientes essenciais são mantidos pela parte intacta do caule. Desta forma não perderá a muda. O ambiente húmido e quente em estufa aquecida acelera espantosamente o enraizamento. Este é, indiscutivelmente, o lado mais aliciante desta planta.
Poderá ainda retirar um pequeno ramo cortando-o abaixo de um nó de uma folha, remover as folhas inferiores desse mesmo ramo e colocá-la em água pois rapidamente criará raízes. Se preferir os métodos acima descritos, faça-o durante os meses mais quentes do ano, sem nunca esquecer que o composto tem de permanecer bastante húmido e bem drenado. No caso de desejar propagar a sua planta durante o Inverno, coloque a muda num composto de turfa e argila expandida. Prefira um vaso de barro poroso. Deposite-o dentro de um saco de plástico e feche-o com um atilho. Escolha um local bem iluminado com luz solar indirecta. A humidade criada no seu interior forçará o enraizamento em poucos dias. Quase notará diariamente o crescimento da muda. Lembre-se que somente deverá retirar o plástico quando a planta tiver um bom sistema radicular. A passagem para um ambiente menos húmido e quente irá fragilizar a planta pelo que não descuide a assiduidade na rega. O vaso poroso que agiu como absorvedor de humidade, agora terá o efeito contrário e facilitará a evaporação de água velozmente. Transplante-a apenas quando o composto estiver saturado de raízes. A cultura em vaso é apenas recomendada para propagação. Esta é uma espécie que exige ser reenvasada a cada dois anos sob pena de perder muita da sua beleza e dimensão.
Quando a planta está privada de luz fica vulnerável a doenças e pragas de pulgões e cochonilha. O combate passa por proporcionar-lhe sol directo em locais bem arejados, para obter exemplares saudáveis. Jamais proceda a qualquer poda de ramos vivos. Remova unicamente aqueles que se encontram mortos. Mantenha a dimensão da planta ao longo do tempo sem nunca limitar o seu crescimento. Cortá-la é enfraquecê-la, na medida em que a planta não dispõe de tempo suficiente para, numa estação apenas, desenvolver ramos novos que amadureçam a tempo de enfrentar o Inverno.
Os exemplares conseguirão, como já foi referido, suportar sem problemas, sol
directo forte quando novas folhas nascerem já
depois da planta estabelecida no local e sobretudo quando atingir uma idade de
maturação significativa. A idade adulta de um Epipremnum aureum, em
Portugal continental é desconhecida até hoje. Ainda não foram cultivados
exemplares em condições ideais para que uma planta tenha o desenvolvimento
perfeito até esta fase. Acredito que seja possível, com muito cuidado e ajuste
no local onde seja plantada. São exigidas algumas medidas que deverão ser
verificadas durante toda a vida da planta sem interrupção: Protecção contra a
formação de geada e ventos fortes de todos os quadrantes, escolhendo
preferencialmente uma parede voltada a su-sudeste e ligeiramente recolhida por
um alpendre, telheiro ou treliça. Composto enriquecido e com boa drenagem,
adubado com regularidade durante a Primavera e Verão. Ambiente húmido através
da proximidade de um fontanário ou de maciços de outras plantas de folha
persistente e regas diárias, frequentes nos dias de maior calor favorecem o
desenvolvimento rápido da planta. Está particularmente indicada como planta
semiaquática em ambientes onde a água seja abundante como fontes, lagos ou
cascatas. O amarelecimento das folhas pode ser indício de que a água não está a
ter o escoamento exigido.
A rega deve ser copiosa nos dias de maior calor, porém
durante as estações mais frescas, recomendo que a terra esteja seca antes de
voltar a regar. Durante o final do Outono até ao ascenso da temperatura na
Primavera, a planta entra no período de dormência, pelo que não deve ser
estimulada com adubos.
Como já foi referido, as folhas têm um período de vida muito
alargado e manter-se-ão sempre que as condições ideais sejam acauteladas. As
novas folhas ditarão as faltas que a planta encontra nas condições de cultivo;
luminosidade, exposição solar, protecção do frio, composto nutritivo e
localização mais indicada no exterior. Se estas surgirem menores que as
anteriores e mantiverem a tendência, significa que as condições não são as
melhores para conseguir uma maturação do exemplar. Por outro lado, a sua
sobrevivência tampouco estará em causa, mas produzirá folhas raquíticas e sem
especial interesse.
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5. Raízes adventícias são raízes secundárias independentes da raiz primária e que nascem a partir dos caules ou folhas de qualquer vegetal.
6. A estaquia consiste no método de reprodução assexuada de plantas em que se plantam pequenas estacas de folhas, caules, raízes ou ramos num ambiente indicado para que se desenvolvam novas plantas.
7. A mergulhia é outro método de multiplicação assexuada em que se dobram ramos da planta mãe a fim de enterrá-los na terra. Poderá fazer-se um pequeno golpe na área a enterrar a fim de estimular o crescimento de novas raízes.
8. A alporquia é semelhante ao tipo de propagação anterior, porém o ramo com o corte parcial é mantido fora do contacto com o solo mas envolvido com um composto de húmus e musgo e fechado com um plástico devidamente amarrado.
6. A estaquia consiste no método de reprodução assexuada de plantas em que se plantam pequenas estacas de folhas, caules, raízes ou ramos num ambiente indicado para que se desenvolvam novas plantas.
7. A mergulhia é outro método de multiplicação assexuada em que se dobram ramos da planta mãe a fim de enterrá-los na terra. Poderá fazer-se um pequeno golpe na área a enterrar a fim de estimular o crescimento de novas raízes.
8. A alporquia é semelhante ao tipo de propagação anterior, porém o ramo com o corte parcial é mantido fora do contacto com o solo mas envolvido com um composto de húmus e musgo e fechado com um plástico devidamente amarrado.
A espécie é usada em algumas culturas das ilhas do Pacífico, para escurecer a dentição por verem nessa coloração um aspecto estético. Na China é utilizada para o tratamento de abcessos
O nome do género Epipremnum, deriva do grego e resulta da junção das duas palavras, epi, que se traduz por 'sobre' e premnom que quer dizer 'tronco'. Uma designação que sugere o comportamento epífito de todas as 15 espécies conhecidas do género Epipremnum. O nome do seu epíteto específico, pinnatum, significa no vocabulário botânico pinado ou composto em alusão à forma de pena das suas folhas.
Referências bibliográficas:
http://www.tropical-biology.org/research/dip/species/Epipremnum%20aureum.htm
http://hort.ifas.ufl.edu/database/documents/pdf/shrub_fact_sheets/epiaura.pdf University of Florida, Cooperative Extension Service, Institute of Food and Agriculture Sciences
http://www.efloras.org/florataxon.aspx?flora_id=610&taxon_id=200027280 South China Botanical Garden CheckList, description from Flora of China.
Quem quiser colaborar com sugestões, imagens ou informações que contribuam para o enriquecimento deste sítio, poderá enviar para exoticascultivadasemportugal@hotmail.com
http://hort.ifas.ufl.edu/database/documents/pdf/shrub_fact_sheets/epiaura.pdf University of Florida, Cooperative Extension Service, Institute of Food and Agriculture Sciences
http://www.efloras.org/florataxon.aspx?flora_id=610&taxon_id=200027280 South China Botanical Garden CheckList, description from Flora of China.
LEMAIRE, G.; CHAPMAN, D. Tissue flows in grazed plant communities. In: HODGSON, J; ILLIUS, A.W. (Eds.) The ecology and management of grazing systems. Wallingford: CAB International, 1996. p.3-36. in MORFOGÊNESE DE GRAMÍNEAS NATIVAS SOB NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO,
Juliana Medianeira Machado, Santa Maria, RS, Brasil, 2010
Quem quiser colaborar com sugestões, imagens ou informações que contribuam para o enriquecimento deste sítio, poderá enviar para exoticascultivadasemportugal@hotmail.com
Muito bom artigo, sou entusiasta de plantas e professor de biologia.
ResponderEliminarObtive da natureza um exemplar de uma planta que pensei der Monstera deliciosa mas não tava satisfeito com a indentificacao, depois de ler aqui tenho quase certeza ser E. Pinnatum, pois não sabia que a planta jiboia poderia ter fenestras.