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Epipremnum aureum (Linden & André) G.S.Bunting, Ann. Missouri Bot. Gard. 50: 28 (1964).
Desta vez analiso uma espécie muito popular como planta de apartamento embora muito pouca informação esteja disponível sobre o seu cultivo no exterior, para que se torne numa espécie conhecida como tal. Tudo tem início na aquisição de um pequeno vaso de Epipremnum aureum num qualquer supermercado do país. Esta planta está entre as mais procuradas pelos consumidores portugueses, que a baixo custo, decoram as suas casas como planta viva. Contudo, a esmagadora maioria equivoca-se quando se dedica ao seu cultivo, julgando que se trata de uma espécie exclusivamente de interior.
Durante as décadas que levo no estudo de plantas ornamentais exóticas cultivadas em Portugal, observei inúmeras vezes que grande parte das espécies cultivadas no interior é rejeitada ao fim de algum tempo. As pessoas saturam-se de tê-las, desmotivam-se pelo seu crescimento exagerado, desinteressam-se pelo facto de perderem rapidamente a apresentação inicial quando adquiriram a planta, ou simplesmente vêem o seu exemplar lutar pela sua sobrevivência e, por consequência, amarelece, perde folhas, resseca, desidrata-se e enfraquece, razões que levam as pessoas a negligenciar os exemplares para um canto de um terraço, de uma varanda ou um recanto do quintal. Com um importantíssimo detalhe: a escolha recai sempre num local ao ar livre. Aqui reside o enorme interesse desta questão. Quando rejeitadas no exterior, as plantas reiniciam o seu ciclo de crescimento, estimuladas pela luminosidade correcta que necessitam, pelo aumento de humidade relativa no ar e por estarem afastadas de ambientes fechados e privadas de condições naturais. Desta forma são surpreendentes os resultados e muitas adaptam-se vigorosamente aos novos locais de cultivo no exterior. Em conclusão, refiro que o maior entusiasmo reside precisamente na descoberta destes exemplares escondidos nas varandas, sacadas e quintais de muitos portugueses, sem que estes tenham noção que estão a contribuir para o estudo e aclimatação de espécies exóticas em Portugal continental.
De regresso à espécie abordada, é muito vulgar encontrar vasos de Epipremnum aureum encostados a paredes e gradeamentos das varandas lisboetas, os quais aclimataram-se perfeitamente aos meses mais frios do ano. O que ainda não foi descoberto pelas populações é a particularidade desta planta vir a ser utilizada como trepadora vigorosa de paredes ao invés de ser sempre usada para emaranhar-se em redes ou guardas de varandas. É quase certo ser conduzida por fios ou esticadores de arame pois o conhecimento popular sobre o cultivo desta espécie está muitíssimo limitado a esta técnica. Durante muitos anos, o Epipremnum aureum foi uma das mais utilizadas plantas de espaços comerciais e, nestes locais, a iluminação conseguida por fortes luzes artificiais estimulava um crescimento em comprimento desproporcionado, enquanto a folhagem se mantinha definhada e escurecida. De grosso modo, a planta ficou conhecida como sendo de rápido desenvolvimento e bastante agressiva obrigando ao seu controlo periódico com podas severas que desfiguram a planta e tornam o resultado pouco interessante.
Estas duas fotos do autor foram tiradas no Inverno de 2008 no Bairro Alto, em Lisboa, e representam o comportamento que a planta adquire quando conduzida numa guarda de ferro de uma varanda. É ainda evidente a decisão de colocá-la no exterior depois de ter sido cultivada dentro de casa logo após ter sido adquirida. Provavelmente a planta cresceu demasiado e perdeu a beleza inicial como planta compacta e de ramos densos, razão que a levou a ser preterida para fora de casa.
A mesma situação nestas fotos de Agosto de 2012, registadas na mesma zona de Lisboa, o Bairro Alto. (Fotos do autor).
Estes dois exemplos de 2011 de um Epipremnum aureum cultivado numa varanda no Lumiar, também em Lisboa, confirmam os comentários anteriormente defendidos. Veja-se o tutor original muito utilizado pelos viveiros para apresentar a planta de uma forma comercial e muito pouco natural. Ao fim de algum tempo deixa de ter sentido prático pois os ramos crescem para fora do seu alcance, tornando o exemplar pouco atraente e num emaranhado inestético de ramos enrolados em torno do tutor. Estas fotos do autor foram registadas no Inverno.
No Bairro Alto, outro testemunho registado pelo autor no Verão de 2012.
Em cima, note este curiosíssimo exercício com um Epipremnum aureum, registado na cidade de Valência, em Espanha, onde a planta é colocada num recipiente que, por sua vez, é suportado pela parede da varanda. O efeito é notável pela originalidade que criou ao pender. O clima daquela cidade mediterrânica é muito semelhante às cidades litorais algarvias, com um índice de humidade relativa do ar bastante elevado, mesmo no Verão, o que ajuda bastante a aparência saudável daquela planta. De referir que os exemplares cultivados nas mesmas condições físicas, em Lisboa, teriam um comportamento menos compacto e produziriam folhas de menor dimensão. Foto do autor, Agosto de 2013.
Em Agosto de 2012, deparei-me com esta surpreendente situação:
Junto à esquadra de polícia em Miraflores, perto de Algés, decidiram os moradores vedar o acesso aos automóveis com 3 vasos nos quais plantaram 3 exemplares adultos de Epipremnum aureum. Não sei desde quando ali se encontram, porém pela aparência saudável das suas folhas sem qualquer marca de queimadura solar, posso afirmar que já estão perfeitamente adaptadas ao ambiente exterior. Ainda mantêm o tutor que sustenta os seus ramos trepadores. O primeiro e o terceiro exemplar apresentam folhas pré-adultas formadas em estufa, o que lhe dá uma graciosidade inesperada. Com a passagem do tempo, a planta irá alterar as dimensões das suas folhas por reacção ao meio e ao clima onde se desenvolve.
Eis as imagens individuais das 3 plantas que se encontram em Miraflores. Quem as plantou não tem, seguramente, conhecimento suficiente sobre o comportamento desta espécie que precisa de um apoio para desenvolver ramos vigorosos como planta trepadeira. Não obstante o facto de estes indivíduos sobreviverem nestas condições de cultivo, assim como ao Inverno, não terão o crescimento esperado e natural por estarem limitados à estaca que lhes serve de apoio.
Note as folhas particularmente grandes no topo do tutor, tal como são comercializadas nos viveiros.
A surpresa comentada anteriormente motivou-me à experimentação de um exemplar comprado num viveiro e com alguma idade e desenvolvimento, para que o plantasse no exterior em plena estação fria. Escolhi um local muito pouco soalheiro do meu jardim, em Lisboa, embora seja privilegiado dado que se encontra muito abrigado das correntes de ar. O objectivo era de acompanhar a reacção da planta a um contraste agressivo nas condições ecológicas que iria encontrar no exterior.
Aparentemente a planta adaptou-se com rapidez não tendo, todavia, ainda atravessado o período mais perigoso para a sua sobrevivência. Fotos do autor de 25 de Dezembro de 2012, em cima e em baixo.
Em baixo, a mesma planta fotografada em Agosto de 2013. Sem marcas do intenso frio que suportou no Inverno de 2012/2013, desenvolveu novos ramos que procuram suporte na parede próxima, bem como na copa de uma Ficus adjacente.
A surpresa comentada anteriormente motivou-me à experimentação de um exemplar comprado num viveiro e com alguma idade e desenvolvimento, para que o plantasse no exterior em plena estação fria. Escolhi um local muito pouco soalheiro do meu jardim, em Lisboa, embora seja privilegiado dado que se encontra muito abrigado das correntes de ar. O objectivo era de acompanhar a reacção da planta a um contraste agressivo nas condições ecológicas que iria encontrar no exterior.
Aparentemente a planta adaptou-se com rapidez não tendo, todavia, ainda atravessado o período mais perigoso para a sua sobrevivência. Fotos do autor de 25 de Dezembro de 2012, em cima e em baixo.
Todas as fotos são do autor de Agosto de 2013.
Em baixo, a mesma planta durante o Inverno 2013/2014, aqui fotografada pelo autor em Janeiro de 2014. Lentamente perde as folhas de maiores dimensões e não consegue fixar-se à parede, provavelmente por estar demasiadamente exposta às correntes de vento. A força do vento, fragiliza a adesão ao suporte, acabando por não permitir à planta desenvolver-se correctamente.
Aqui serão mencionadas todas as propostas para que consiga um exemplar exuberante e diferente daquele que normalmente conhece e seja dado início a uma nova etapa no cultivo desta espécie nos jardins portugueses. Como já mencionei, os exemplares conhecidos pelos portugueses são meras plantas no estado juvenil capazes de crescer em dimensão significativa para que se torne surpreendente no jardim tropical cultivado em Portugal.
Antes de começar a descrição da espécie, gostaria de esclarecer uma vez mais sobre a tremenda dificuldade em atribuir a designação correcta para esta planta. Com vasta informação existente sobre a sua taxonomia, opiniões diversas e contraditórias defendidas por botânicos ao serviço de instituições credíveis que se contradizem entre si, não irei entrar em defesa de nenhuma delas.
Se interessar-lhe o tema, irá descobrir que vários autores referem-se a esta mesma planta como sendo:
Epipremnum pinnatum ou Epipremnum pinnatum var. aureum ou Epipremnum pinnatum com o sinónimo de Epipremnum aureum ou Epipremnum pinnatum como uma espécie diferente de Epipremnum aureum, ambas válidas. Em conclusão, ficará incapaz de atribuir o nome correcto, ou pelo menos o mais actualizado.
Humildemente esforçar-me-ei por reorganizar esta questão numa tentativa de tornar esta informação praticável a todos aqueles que desejam cultivar esta planta. Em resumo, transformar a teoria que impede a execução prática do assunto.
Se interessar-lhe o tema, irá descobrir que vários autores referem-se a esta mesma planta como sendo:
Epipremnum pinnatum ou Epipremnum pinnatum var. aureum ou Epipremnum pinnatum com o sinónimo de Epipremnum aureum ou Epipremnum pinnatum como uma espécie diferente de Epipremnum aureum, ambas válidas. Em conclusão, ficará incapaz de atribuir o nome correcto, ou pelo menos o mais actualizado.
Humildemente esforçar-me-ei por reorganizar esta questão numa tentativa de tornar esta informação praticável a todos aqueles que desejam cultivar esta planta. Em resumo, transformar a teoria que impede a execução prática do assunto.
Não obstante o facto de Kew assumir os dois táxones como distintos e válidos, a maioria das outras fontes consideram-nos como sinónimos, sendo o epíteto específico pinnatum, aceite e aureum, o seu sinónimo. [1] Será, portanto, como Epipremnum pinnatum que a planta aparecerá identificada, na quase totalidade da informação veiculada quer na internete, quer em obras pulicadas.
Após muita investigação e cruzamento de dados sobre o assunto, não entrarei em conflito com as informações de Kew e tratarei a espécie permanentemente como Epipremnum aureum, táxone válido para esta planta, enquanto o táxone Epipremnum pinnatum, também válido, corresponde a outra espécie diferente.
Na verdade, recentemente alguns autores justificam o Epipremnum aureum como uma espécie diferente baseando a sua origem, exclusiva das ilhas Moorea, no Pacífico, [2] enquanto outros ainda incluem-na na espécie Epipremnum pinnatum, cuja origem é muito mais abrangente por toda a Ásia.
Para entender as diferentes opiniões e classificações vou tentar explicar como surge a separação entre o Epipremnum aureum e o Epipremnum pinnatum.
O Epipremnum aureum é uma das plantas ornamentais mais populares em todo o mundo. Em Portugal é muito conhecida e apresentada comercialmente em vários tamanhos e fases de crescimento. Desde o pequeníssimo vaso com apenas uma estaca até grandes composições com vários pés encostados a um tutor coberto de musgo, onde a planta cresce apoiada. Geralmente neste caso, os exemplares são já bem desenvolvidos e apresentam algumas folhas adultas de boas dimensões, estimuladas pelo cultivo em estufa quente. A dificuldade em examinar a sua flor, pelo facto de ser quase desconhecida a floração quando cultivada pelo homem, foi determinante para lançar a confusão na sua designação. Por esta razão, foi preciso esperar até ao ano de 2004, quando o botânico inglês Peter Boyce, analisou a flor e esclareceu a origem endémica da espécie na ilha de Moorea. Neste momento separou esta planta da espécie Epipremnum pinnatum e fundamentou pelo seu endemismo.
Outro aspecto centra-se no detalhe das folhas do Epipremnum aureum que, mesmo quando a planta é adulta, mantém a forma oval ou ovalada, por vezes com um ou mais recortes, enquanto o Epipremnum pinnatum apresenta folhas adultas totalmente lobadas - rasgadas - ou para melhor compreensão em forma de pena. Somente nos exemplares com bastantes anos e completamente adultos, mostram folhas inteiramente pinadas ou lobadas.
Por outro lado, intriga-me como uma espécie oriunda de uma região agraciada com um clima profundamente tropical, como a Polinésia, consiga sobreviver em zonas relativamente frias da Europa, como a bacia mediterrânica. Sem qualquer análise científica para contestar a classificação desta planta como Epipremnum aureum e não como Epipremnum pinnatum, confesso que é-me extremamente difícil entender como uma espécie de origem tão específica tenha a capacidade de se adaptar ao frio. Algumas regiões do sul da China, de onde a espécie Epipremnum pinnatum é proveniente, verificam-se temperaturas moderadamente baixas, pelo que justificaria o que tanto me intriga. Não é o caso para o E. aureum. Fica a questão por resolver ou entender.
A designação Epipremnum aureum, surge com os seguintes sinónimos de acordo com os dados de Kew Royal Botanic Gardens:
Pothos aureus Linden & André, Ill. Hort. 27: 69 (1880).
Scindapsus aureus (Linden & André) Engl., Pflanzenr., IV, 23B: 80 (1908).
Rhaphidophora aurea (Linden & André) Birdsey, Baileya 10: 159 (1963).
Epipremnum mooreense Nadeaud, J. Bot. (Morot) 13: 6 (1899).
Após muita investigação e cruzamento de dados sobre o assunto, não entrarei em conflito com as informações de Kew e tratarei a espécie permanentemente como Epipremnum aureum, táxone válido para esta planta, enquanto o táxone Epipremnum pinnatum, também válido, corresponde a outra espécie diferente.
Na verdade, recentemente alguns autores justificam o Epipremnum aureum como uma espécie diferente baseando a sua origem, exclusiva das ilhas Moorea, no Pacífico, [2] enquanto outros ainda incluem-na na espécie Epipremnum pinnatum, cuja origem é muito mais abrangente por toda a Ásia.
Para entender as diferentes opiniões e classificações vou tentar explicar como surge a separação entre o Epipremnum aureum e o Epipremnum pinnatum.
O Epipremnum aureum é uma das plantas ornamentais mais populares em todo o mundo. Em Portugal é muito conhecida e apresentada comercialmente em vários tamanhos e fases de crescimento. Desde o pequeníssimo vaso com apenas uma estaca até grandes composições com vários pés encostados a um tutor coberto de musgo, onde a planta cresce apoiada. Geralmente neste caso, os exemplares são já bem desenvolvidos e apresentam algumas folhas adultas de boas dimensões, estimuladas pelo cultivo em estufa quente. A dificuldade em examinar a sua flor, pelo facto de ser quase desconhecida a floração quando cultivada pelo homem, foi determinante para lançar a confusão na sua designação. Por esta razão, foi preciso esperar até ao ano de 2004, quando o botânico inglês Peter Boyce, analisou a flor e esclareceu a origem endémica da espécie na ilha de Moorea. Neste momento separou esta planta da espécie Epipremnum pinnatum e fundamentou pelo seu endemismo.
Outro aspecto centra-se no detalhe das folhas do Epipremnum aureum que, mesmo quando a planta é adulta, mantém a forma oval ou ovalada, por vezes com um ou mais recortes, enquanto o Epipremnum pinnatum apresenta folhas adultas totalmente lobadas - rasgadas - ou para melhor compreensão em forma de pena. Somente nos exemplares com bastantes anos e completamente adultos, mostram folhas inteiramente pinadas ou lobadas.
Por outro lado, intriga-me como uma espécie oriunda de uma região agraciada com um clima profundamente tropical, como a Polinésia, consiga sobreviver em zonas relativamente frias da Europa, como a bacia mediterrânica. Sem qualquer análise científica para contestar a classificação desta planta como Epipremnum aureum e não como Epipremnum pinnatum, confesso que é-me extremamente difícil entender como uma espécie de origem tão específica tenha a capacidade de se adaptar ao frio. Algumas regiões do sul da China, de onde a espécie Epipremnum pinnatum é proveniente, verificam-se temperaturas moderadamente baixas, pelo que justificaria o que tanto me intriga. Não é o caso para o E. aureum. Fica a questão por resolver ou entender.
A designação Epipremnum aureum, surge com os seguintes sinónimos de acordo com os dados de Kew Royal Botanic Gardens:
Pothos aureus Linden & André, Ill. Hort. 27: 69 (1880).
Scindapsus aureus (Linden & André) Engl., Pflanzenr., IV, 23B: 80 (1908).
Rhaphidophora aurea (Linden & André) Birdsey, Baileya 10: 159 (1963).
Epipremnum mooreense Nadeaud, J. Bot. (Morot) 13: 6 (1899).
O primeiro nome atribuído a esta espécie foi Pothos [3] e apresentada ao público na famosa L'illustration Horticole de 1880, pelo que é ainda designada com frequência, sobretudo em viveiros de plantas ornamentais.
Imagem publicada no L'Illustration Horticole de 1880.
(Foto não do autor)
Mais tarde, em 1908 foi reclassificada erradamente como Scindapsus
e ainda como Rhaphidophora. Uma vez mais a irregularidade na sua
identidade causou muita confusão e para a mesma planta muitos horticultores
utilizam nomes científicos inválidos e diferentes. Este episódio sucedeu uma
vez que os taxonomistas não tiveram a oportunidade de observar em detalhe a
floração do género Pothos durante quase 100 anos. Somente em
1960, aconteceu a floração de um exemplar de Pothos na Flórida e, após
um estudo sobre a flor da planta, chegou-se à conclusão que o Epipremnum,
constituía um género diferente. Até ao final do século XX, o Epipremnum
foi passando por outros géneros, os quais como géneros ainda são válidos, como
o Scindapsus e Rhaphidophora mas não como géneros ao qual esta
espécie pertença. Os botânicos justificavam erradamente a inclusão do E.
aureum, nos géneros Scindapsus e Rhaphidophora, pelas
semelhanças na folhagem, comportamento de crescimento e habitat. Em 1964 foi
provado que a planta pertence a um género totalmente novo e foi reclassificada
pela última vez como sendo do género Epipremnum. Em 2004, Peter Boyce,
um botânico inglês, confirmou o epíteto específico, também este envolto em
muita discórdia, como sendo Epipremnum aureum.
Desfeitas as complicações e confusões relativamente ao
género e ao epíteto específico desta planta e concluída a sua identidade,
falarei de outro assunto que levanta novamente problemas; a origem geográfica
da espécie. Não é invulgar encontrar muitas fontes que defendem ser oriunda das
ilhas Salomão, um país situado no Pacífico, cerca da Papua Nova-Guiné. Todavia,
as informações mais recentes aceites por Kew Royal Botanic Gardens,
afirmam que se trata de uma espécie que provém unicamente da ilha de Morea, na
Polinésia Francesa.
Apesar de ser endémica da ilha de Moorea, na Polinésia Francesa, a planta está espalhada por todas as regiões do Pacífico e zonas de clima tropical do globo, sobretudo na América Central e do Sul, Caraíbas, ilhas do Havaí e na Flórida onde, nestes estados norte-americanos, está considerada uma planta invasora e, em certos casos, fora de controlo.
Um exemplo de um Epipremnum aureum a invadir a árvore que o sustenta, em Coral Gables, Miami, Flórida. Registo de 2011 pelo autor.
A situação de planta invasora aconteceu pela sua popularidade como espécie ornamental e acabou por escapar para locais fortemente arborizados próximos dos centros urbanos, mostrando um comportamento sub-espontâneo. Dado o seu crescimento vigoroso quando encontra uma palmeira ou uma árvore como apoio ou hospedeiro poderá vir a sufocá-los.
Em cima, fotografia obtida no Jardim Botânico do Rio de Janeiro em 2008, pelo autor.
Em baixo, fotografia obtida num espaço público em São Paulo, no ano de 2007, pelo autor. Em ambos os registos, o vigor da trepadeira é impressionante, pondo em causa a sobrevivência do seu hospedeiro.
Em baixo, um belíssimo exemplar que se desenvolve com muita
agressividade apoiado numa palmeira Cocos nucifera, esta numa posição
muito crítica, dado o peso adicional que tem de suportar para além poder vir a
ser sufocada pelo Epipremnum aureum. Foto registada pelo autor em Key
West, Flórida em 2011.
_______________________________________
1. United States Department of Agriculture, Natural Resources Copnservation Service através do Plants Database, afirma que E. aureum é sinónimo de E. pinnatum.
2. Moorea é uma ilha vulcânica que pertence às ilhas da Sociedade, na Polinésia Francesa e dista apenas a 17 km de Taiti.
3. Pothos é o basiónimo, ou seja, o primeiro táxone atribuído à espécie, facto que não implica que o nome seja válido.
2. Moorea é uma ilha vulcânica que pertence às ilhas da Sociedade, na Polinésia Francesa e dista apenas a 17 km de Taiti.
3. Pothos é o basiónimo, ou seja, o primeiro táxone atribuído à espécie, facto que não implica que o nome seja válido.
Depois de ter explicado a atribuição do novo táxone a esta
espécie, Epipremnum aureum, irei de seguida dar a conhecer o comportamento
desta planta quando cultivada no território continental português.
O nome do seu epíteto específico, aureum, significa
ouro em alusão à cor amarelo forte das suas folhas. O nome do género Epipremnum,
deriva do grego e resulta da junção das duas palavras, epi, que se
traduz por 'sobre' e premnom que quer dizer 'tronco'. Uma
designação que sugere o comportamento epífito de todas as 15 espécies
conhecidas do género Epipremnum. Apenas o E.aureum é
comercializado e está, sem dúvida, entre as plantas ornamentais mais populares
em todo o mundo, com dezenas de cultivares desenvolvidos para agradar todos os
gostos.
Eis a listagem das espécies validadas por Kew Royal
Botanic Gardens, de Londres:
Nota: as designações em negrito são os táxones aceites, enquanto
os restantes são sinónimos.
Os cultivares serão apresentados com imagens sumariamente
descritivas. Estes prestam-se quando comprados sobretudo para cultura em
interior. De uma forma geral são preparados pela indústria de plantas
ornamentais, em vasos pequenos para servirem de decoração de secretárias e
mesas, cultivadas num tutor coberto de musgo como pequena planta trepadeira ou
ainda em cestos suspensos como planta pendente. Todas as formas comercializadas
desta planta não asseguram a sua apresentação por muito tempo, já que a
natureza da espécie é uma vigorosa trepadeira. Como tal, irá sempre acabar por
desenvolver ramos compridos em busca de locais luminosos e amplos onde possa
desenvolver-se saudavelmente. Estas condições encontrará mais facilmente no
exterior e não como planta de apartamento.
Seguem-se as designações de alguns cultivares conhecidos:
Epipremnum aureum 'N' 'Joy' , um cultivar
recentemente disponível no mercado português, com poucos resultados confirmados
sobre o seu cultivo no exterior. (Foto não do autor)
Epipremnum aureum 'Golden Pothos', o cultivar mais
popular e com melhores resultados quando cultivado em exterior. Esta planta
apresenta-se nos viveiros e superfícies comerciais com bastantes variações de
cor e variegação de cor, dependendo da maior ou menor luminosidade que recebeu.
Foto do autor de 2012, em Lisboa.
A foto em baixo mostra uma variação do Epipremnum aureum 'Golden
Pothos' com folhas mais pontiagudas. (Foto não do autor).
Epipremnum aureum 'Hawaiian Pothos', um cultivar
desconhecido entre nós, restrito ainda aos EUA. Difere da anterior apenas no reforço
da coloração amarela.
Epipremnum
aureum 'Pearl and
Jade'. Muito apreciada como planta interior não teve ainda oportunidade
de assegurar êxito quando cultivada em exterior. Recentemente plantei um
exemplar no exterior para avaliar o seu comportamento. (Foto não do autor).
Este cultivar pode ser facilmente confundido com o Philodendron hederaceum var. hederaceum, vendido com a designação errada de Philodendron scandens variegata Medio-picta.
Este cultivar pode ser facilmente confundido com o Philodendron hederaceum var. hederaceum, vendido com a designação errada de Philodendron scandens variegata Medio-picta.
Epipremnum aureum 'Marble Queen'. Muito semelhante ao
anterior, no entanto mais riscado. Tornou-se recentemente conhecido entre os
consumidores portugueses. A coloração é branca. Este cultivar pode ser facilmente
confundido com o Philodendron hederaceum var. hederaceum, vendido
com a designação errada de Philodendron scandens variegata Medio-picta.
Veja como identificar um cultivar de ambos os géneros na descrição referente ao
Epipremnum aureum 'Neon'.
(Foto não do autor)
Este é o meu exemplar de Epipremnum aureum 'Marble
Queen', cultivado no exterior. As fotos revelaram uma tonalidade amarelada que
não corresponde à planta original, de folhas marmoreadas de cor branca, tal
como apresentado nas fotos anteriores. Foto do autor de Agosto de 2012.
Epipremnum aureum 'Jade Pothos'. Uma variedade totalmente verde e com grandes esperanças no cultivo em exterior. (Foto não do autor).
Epipremnum aureum 'Tricolor', uma variedade rara em
Portugal
Epipremnum aureum 'Neon', o cultivar da discórdia e
da complicação, uma vez que as suas parecenças com o Philodendron hederaceum
'Aureum' ou 'Lime' são extraordinárias e enganam o mais sapiente
horticultor. Este cultivar surge também com o nome de 'Goldilocks'.
Repare no exemplar cultivado por mim, de Epipremnum aureum 'Neon' no princípio do Inverno do ano de 2011, em Dezembro e como o frio danificou as suas folhas, sem porém o eliminar. Em baixo a mesma planta, fotografada pelo autor em Fevereiro de 2012.
Para que não fique com dúvidas enumero algumas pistas que o
ajudarão a identificar correctamente os dois géneros: Repare no desenvolvimento
das folhas novas do Philodendron. São sempre protegidas por um catafilo,
ou seja, uma folha reduzida que envolve a gema que irá despontar numa nova
folha. De uma forma simples, repare numa pele translúcida que contém a
próxima folha que virá a nascer. Quando esta folha nasce, a pele é
rasgada, resseca, torna-se castanha e cai. No género Epipremnum, os
catafilos são inexistentes.
Outra forma de separar os dois géneros está na observação
cuidada das folhas juvenis. No Epipremnum, as folhas são ligeiramente
dobradas a partir da nervura central e vistas de frente tomam a forma de 'V',
enquanto as folhas do Philodendron são achatadas ou direitas em toda a
sua superfície. Por fim, saiba que todas as espécies de Epripremnum são
oriundas da Ásia, enquanto o género Philodendron e Monstera
são nativas da América do Sul.
Epipremnum aureum 'Silver Splash' é na verdade um
cultivar do género Scindapsus. Com frequência é apresentado nos viveiros
pelos dois nomes, facto que causa muita indecisão na escolha certa de um Epipremnum.(Foto
não do autor)
Epipremnum aureum 'Silver Satin', é outra variedade de
um cultivar de Scindapsus. Tal como o exemplar anteriormente descrito,
os horticultores designam-no com ambos os nomes. Deve, então, prestar muita atenção
para não comprar um exemplar Scindapsus como este. (Foto não do autor)
O clima do litoral a sul do cabo da Roca até Setúbal e a
costa algarvia desde o Alvor a Montegordo, são as zonas mais indicadas para o
cultivo desta espécie em exterior com os melhores resultados. Quando bem
estabelecida, nas zonas mais amenas da Costa do Estoril, Caparica, Algarve e
área urbana de Lisboa, os exemplares tornam-se mais compactos, com folhas mais
densas se cultivadas ao nível do solo e aqueles que tenham desenvolvido ramos
trepadores, perdem as folhas mais velhas.
À espécie é atribuída a zona climática 10b (1,7ºC a 4,4ºC),
[4] com muitas reservas uma vez que estes valores mínimos não podem ser
duradouros por mais de 2 dias consecutivos.
Relatos de cultivadores amadores norte-americanos residentes
em zonas climáticas entre 9a (-6,7ºC a -3,9ºC) e 10b (1,7ºC a 4,4ºC), afirmam
que os seus exemplares são severamente danificados pelo frio, chegando a perder
totalmente toda a planta excepto os ramos. Na Primavera seguinte, a planta
reage ao aumento das temperaturas e começa a despontar novas folhas. Estes
testemunhos são importantes para aprofundar os conhecimentos práticos do
cultivo desta espécie. Nos estados do sul dos Estados Unidos, por vezes, são
registadas temperaturas bastante baixas em climas geralmente muito amenos ou
mesmo subtropicais, como a Califórnia, o sul do Texas ou o norte da Flórida. Os
exemplares cultivados nestas áreas são, segundo a descrição dos cultivadores,
plantas envasadas, de preenchimento de canteiros e algumas epífitas cobrindo
grandes pinheiros, Pinus elliottii ou carvalhos, Quercus virginiana,
típicos da paisagem da Flórida. Em todos os casos, as folhas são destruídas,
mesmo aquelas de grandes dimensões, porém renascem com facilidade mal o
ambiente aquece. A grande questão é a rapidez no aquecimento do ar, durante o
Inverno nestas zonas, entre as mínimas nocturnas e as máximas diurnas, para
além da grande amplitude térmica verificada, situação que não acontece durante
o Inverno português, senão durante a Primavera portuguesa.
Para que seja melhor compreendida toda esta explanação,
sugiro a leitura dos comentários deixados num fórum de discussão sobre o Epipremnum
aureum:
On Mar
18, 2011, P.J. from Santa Monica, CA (Zone 10b) wrote: This plant can be grown
outdoors in coastal Southern California with no problems at all. I have several
potted on the rim of larger pots, some in full sun, some in all shade and even
though the ones in the shade look way greener and prettier, ALL of them are
thriving and growing like crazy. Easy to maintain...gives a very jungly,
tropical look.
(Esta planta pode ser cultivada no exterior nas zonas
costeiras do sul da Califórnia, sem problemas. Possuo vários exemplares
envasados à sombra e ao sol directo e todos parecem crescer muito bem. Fáceis
de manter, dão um aspecto de floresta tropical ao jardim.)
On Feb
4, 2011, G from Phoenix, AZ wrote: I also have this growing outside in Phoenix,
AZ and left it uncovered during a 28 degree freeze with no damage. Later with
26 degrees recorded in my yard, the leaves died, but the plant is still alive.
I used to think this was strickly a houseplant only!
(Também eu cultivo no exterior, aqui em Phoenix, no Arizona
e deixei a planta sujeita a uma temperatura de -2,2ºC sem protecção e não
sofreu danos nenhuns. Mais tarde registei um recorde de -3,3ºC no meu quintal,
as folhas morreram, mas a planta sobreviveu. Pensei sempre que se tratava de
uma planta de interior!)
On Jan
3, 2011, C.S. from Chandler, AZ (Zone 9b) wrote: I have had this plant growing
in the ground in the front of my house ( north side) for 5 years and before
that in a pot in an apartment. It has done great in the ground and has even
survived down to 18 degrees.
(Tenho um exemplar cultivado directamente no solo, no jardim
da minha casa, virado a norte durante 5 anos. Antes estava dentro de casa num
vaso. Tem crescido bem e até sobreviveu a uma temperatura de -7,7ºC.)
On Aug
7, 2005, V. from Richmond, TX (Zone 9a) wrote: Leaves grow a lot bigger when
planted outdoors. In fact, at first I thought I might have a
"gigantea" variety and then someone explained to me it isn't a
different plant, it just grows bigger outside. One of my neighbors has it
growing like a ground cover and then up a tree. Leaves in ground are average,
but ones growing up the tree huge from end to end.
(As folhas crescem mais quando a planta é cultivada no
exterior. Na verdade, eu pensava que tinha uma variedade gigante mas alguém me
explicou que se tratava da mesma planta, porém cresce mais no exterior. Um dos
meus vizinhos usou a planta para preencher um canteiro. Alguns dos ramos subiram
por uma árvore. As folhas dos ramos do chão são médias e as que subiram pela
árvore são enormes.)
On Jul
22, 2003, M. from Bartow, FL (Zone 9a) wrote: These have been growing on oak
trees in my yard for 30 years, sometimes killed back by cold, but coming right
back. As the plant climbs higher, the leaves get larger and split to allow the
air to go through without ripping them. When the vines drop down, the leaves
get smaller as they grow closer to the ground.
(Estas plantas crescem sobre os ramos dos carvalhos
do meu quintal há mais de 30 anos, por vezes são completamente queimadas pelo
frio mas recuperam de imediato. Quanto mais alto os ramos da planta chegam,
maiores são as folhas. Lá no alto, as folhas crescem mais separadas para
permitir a circulação do vento e assim evitam ser rasgadas. Quando os ramos descem, as folhas ficam mais
pequenas.)
On Jul
22, 2003, S. from St. Petersburg, Florida (zone 9b) wrote: I've had several
pothos plants for about 15 years that were grown from cuttings taken from an
outdoor plant that grows high up a pine tree. The original plant on the pine
tree survived 18 F--it froze to the ground, but amazingly came back up that
next spring. It's always still there, climbing perhaps 30 feet or
higher.
(Tenho vários exemplares desde há 15 anos propagados de uma
planta plantada no exterior junto a um pinheiro. Esta sobreviveu a uma
temperatura de -7,7ºC. Ficou queimada porém rebentou surpreendentemente na
Primavera seguinte. Ainda sobrevive, trepando pelo pinheiro a mais de 9 metros
de altura.)
Cada exemplar que adquirir terá um comportamento diferente
do outro e tudo dependerá das condições ecológicas que escolher para
cultivá-lo. De um modo geral, o Epipremnum aureum, tem boa capacidade
para resistir a períodos mais ou menos duradouros de baixas temperaturas.
Porém, manifestar-se-á cerca de 3 a 4 semanas após ter sido submetido a este
estresse climatérico. O frio causa queimaduras no centro das folhas de cor
castanho em forma de nódoas. Oscilações abruptas ou queda repentina de
temperatura ou registos de valores entre os 0ºC e os 5ºC, danificam o exemplar
deixando características que a imagem que se segue demonstra.
Os danos não são recuperáveis e as folhas marcadas ou
parcialmente destruídas por situações de clima adverso ou condições de cultivo
inadequadas, não recuperarão. Estarão irremediavelmente perdidas do ponto de
vista estético. Contudo, raramente sucumbirão o que faz desta espécie uma
planta muito adaptável ao clima do litoral português. Se por um lado, a planta
perde o interesse estético, por outro mantém-se por muitos anos na mesma
situação, não manifestando qualquer desenvolvimento, apesar de sobreviver sob
estresse hídrico, sobretudo no Verão, e pela agressão do frio, no Inverno. Esta
é a razão principal para que as pessoas desistam de cultivar o belíssimo Epipremnum
aureum. Conheço muito poucas espécies que reagem da forma que esta o faz
perante as condições ecológicas em que se encontra. A robustez da planta em
sobreviver com escassez de água, luminosidade baixa, exposição solar exagerada
ou intensa, fortes amplitudes térmicas ou períodos de frio prolongado e
reduzida humidade relativa do ar, é notável. Porém, não basta saber que o seu
exemplar resiste a estas severas condições, para cultivá-lo no exterior, pois
não irá apreciar a sua aparência.
Sol forte ou intensa exposição solar deixa graves
queimaduras nas folhas dos cultivares com variegação ou estas ficarão com
manchas necróticas, como ilustra a imagem acima apresentada. Algumas plantas,
ainda que jovens, conseguem regenerar-se com grande vitalidade quando
transplantadas e expostas num local muito soalheiro, produzindo com enorme
eficácia folhas novas, perfeitamente preparadas para a forte luminosidade.
Esta pequena planta foi colocada directamente ao sol, logo
após a sua compra num supermercado onde, provavelmente, se encontrou durante
algumas semanas privada de luz natural. As folhas ficaram queimadas por
contacto directo do sol, porém em poucas semanas, desenvolveu novas folhas e
ramos que mostraram-se perfeitamente capazes de suportar a intensidade máxima
do sol estival. Repare nos resíduos de folhas mais antigas parcialmente
destruídas pelo sol. Foto do autor de Agosto de 2012, em Lisboa.
A escolha de um local soalheiro é sempre preferível parta
uma planta cultivada no exterior, não obstante crescer em zonas sombrias. A
minha experiência dita-me que a planta ganha maior robustez com os benefícios
da luz do sol directo. Neste cenário, as regas têm de ser copiosas durante todo
o Verão.
Outros exemplares conseguirão suportar sem problemas, sol
directo forte após alguns meses de adaptação, quando novas folhas nascerem já
depois da planta estabelecida no local e sobretudo quando atingir uma idade de
maturação significativa. A idade adulta de um Epipremnum aureum, em Portugal
continental é desconhecida até hoje. Ainda não foram cultivados exemplares em
condições ideais para que uma planta tenha o desenvolvimento perfeito até esta
fase. Acredito que seja possível, com muito cuidado e ajuste no local onde seja
plantada. São exigidas algumas medidas que deverão ser verificadas durante toda
a vida da planta sem interrupção: Protecção contra a formação de geada e ventos
fortes de todos os quadrantes, escolhendo preferencialmente uma parede voltada
a su-sudeste e ligeiramente recolhida por um alpendre, telheiro ou treliça.
Composto enriquecido e com boa drenagem, adubado com regularidade durante a
Primavera e Verão. Ambiente húmido através da proximidade de um fontanário ou
de maciços de outras plantas de folha persistente e regas diárias, frequentes
nos dias de maior calor favorecem o desenvolvimento rápido da planta. Está
particularmente indicada como planta semi-aquática em ambientes onde a água
seja abundante como fontes, lagos ou cascatas. O amarelecimento das folhas pode
ser indício de que a água não está a ter o escoamento exigido.
A rega deve ser copiosa nos dias de maior calor, porém
durante as estações mais frescas, recomendo que a terra esteja seca antes de
voltar a regar. Durante o final do Outono até ao ascenso da temperatura na
Primavera, a planta entra no período de dormência, pelo que não deve ser
estimulada com adubos.
Uma atenção especial para locais demasiado escuros que
poderão ocasionar folhas sem coloração e a sua consequente diminuição de
tamanho, ponto que vai absolutamente contra os objectivos na cultura do Epipremnum
aureum. Todo o valor e exuberância desta espécie residem precisamente na
dimensão das suas folhas adultas e difíceis de conseguir no exterior. Um
exemplar envasado mas bem posicionado numa varanda de um edifício nas Avenidas
Novas, no centro de Lisboa, surpreendeu-me quando observei cerca de 3 folhas
com maturação intermédia, quase adulta, numa planta cultivada no exterior há
pelo menos 5 anos. O mesmo testemunho, desta vez de um exemplar cultivado no
sul de Portugal, é ilustrado nas seguintes fotos:
Dois registos de 2008 de um belíssimo Epipremnum aureum localizado
no Alvor, Algarve. Repare-se nas folhas de dimensões notáveis para um exemplar
cultivado no exterior. O recolhimento, talvez um pouco demasiado, da planta
relativamente à luz solar directa, privou-a de desenvolver folhas plenamente
adultas. O risco que se corre na escolha de um local exposto é enorme quando o
Inverno mostra toda a sua força e marcas na folhagem da planta atingida. Neste
caso, o surgimento de folhas adultas durante o Verão podem ser
irremediavelmente perdidas com as temperaturas baixas do Inverno. (Foto do
autor)
O nascimento de folhas maduras ou plenamente adultas deve ser estimulado com adubos de libertação lenta ou foliar com uma boa concentração de magnésio indicado para a coloração variada típica da espécie.
O nascimento de folhas maduras ou plenamente adultas deve ser estimulado com adubos de libertação lenta ou foliar com uma boa concentração de magnésio indicado para a coloração variada típica da espécie.
Como já foi referido, as folhas têm um período de vida muito
alargado e manter-se-ão sempre que as condições ideais sejam acauteladas. As
novas folhas ditarão as faltas que a planta encontra nas condições de cultivo;
luminosidade, exposição solar, protecção do frio, composto nutritivo e
localização mais indicada no exterior. Se estas surgirem menores que as
anteriores e mantiverem a tendência, significa que as condições não são as
melhores para conseguir uma maturação do exemplar. Por outro lado, a sua
sobrevivência tampouco estará em causa, mas produzirá folhas raquíticas e sem
especial interesse.
Fotos do autor tiradas em Janeiro de 2012, perto da
localidade do Couço, no Ribatejo, região com grandes amplitudes térmicas
diurnas e mínimas muito baixas. Repare-se na orientação desta casa, onde o
alpendre virado a sudoeste e sem beneficiar de sol directo durante a maior
parte do dia, abriga um Epipremnum aureum.
A planta foi visivelmente adquirida já com uma dimensão
considerável e colocada no exterior ao fim de um tempo de ser cultivada em
interior. As folhas algo maduras manter-se-ão até serem danificadas pelas duras
condições ecológicas que se fazem sentir naquela região. A planta sobreviverá,
renovando-se com folhas diminuídas e pouco interessantes. É uma reacção natural
da planta face a uma alteração das condições ideias de cultivo.
O Epipremnum aureum é uma trepadeira muito agressiva
no seu habitat natural, procurando suportes que o conduzam até à abóbada da
floresta tropical, geralmente em grandes árvores, com a finalidade de se expor
à maior quantidade de sol possível. Agarra-se literalmente ao seu hospedeiro
com raízes adventícias [5] muito fortes e de tamanho impressionante.
Sendo uma planta
trepadora, deverá dar-lhe total liberdade para usufruir plenamente deste seu
comportamento natural. Ainda que cresça rapidamente não serve como trepadeira
de coberturas, treliças ou pérgulas, uma vez que não tem um carácter fechado.
Escolha um canteiro junto a uma parede, facto que aumenta a protecção durante o
Inverno contra as correntes de ar frio assim como aumenta a temperatura diurna
e nocturna, pela retenção de calor na referida parede.
A planta tende a
encostar sobre superfícies, troncos, muros e até janelas recorrendo às suas
raízes aéreas que literalmente se colam ao suporte onde se encontram. Os caules
são muito flexíveis e propícios a quebrar-se com facilidade quando forçados. As
referidas raízes nascem ao longo dos ramos a partir de nós bem visíveis e uma
vez removidas do local onde estão agarradas, perdem totalmente essa função.
Demorará bastante até que novas raízes desempenhem o papel das anteriores. Por
esta razão, a planta não deve ser incomodada uma vez plantada em local
definitivo. Lembre-se ainda que ficarão marcas dos resíduos das raízes que
sustentavam a planta à parede, por isso, faça uma escolha acertada quando
decidir cultivá-la no seu jardim.
Distingue-se do género Philodendron pelos veios das
suas folhas em forma de rede, enquanto este apresenta folhas com veios
paralelos. Outros meios de identificação são revelados nas descrições do
cultivar Epipremnum aureum cv. 'Neon'.
As folhas do E. aureum, são muito características da subfamília
das aróideas e como tal têm um comportamento duplo, a que chamamos de variação
natural e de morfogénese. [6]
Esta particularidade poderá ser difícil de aceitar mas
resulta de dois pontos: a variação natural e a ontogenia. A ontogenia
debruça-se sobre o processo natural de mudanças observadas durante o ciclo de
vida de qualquer planta e que se traduzem, a exemplo, na alteração que as
folhas jovens sofrem quando atingem a maturação até ao seu estado completamente
adulto. A terminologia morfogénese é aplicável, porém a designação científica
é, na verdade, ontogenia.
A variação de folhas é extremamente vulgar e explica-se pelo
ajustamento do indivíduo ao meio onde cresce. As folhas são a identidade do
exemplar, apesar de não entrarem como elemento classificador, ou seja, a
classificação não assenta senão nos órgãos sexuais da planta e, portanto,
diferentes formas de folhas do Epipremnum aureum, não implica pertencer
a espécies diferentes.
A variação natural é um processo mais lento e traduz-se na
ciência quando um organismo vivo não é constante na sua aparência,
diferenciando-se das características gerais da sua espécie, sem deixar de
pertencer à mesma através de alterações nas suas características físicas. Esta
variação poderá ter causas ligadas à localização geográfica do exemplar bem
como factores ambientais, como a intensidade da luz, nutrientes disponíveis ou
situações de doença e infestação. Neste caso, a resposta da planta a estes
factores através de uma alteração física das suas folhas, é denominada de
plasticidade fenotípica (consiste na capacidade dos organismos em alterar a sua
fisiologia ou morfologia de acordo com as condições do ambiente). Veja-se um
exemplo ilustrado nas fotografias seguintes:
Foto de 2012 do autor de um exemplar exposto a muita
luminosidade. Apesar destas condições favoráveis, as folhas são pequenas uma
vez que se trata de uma planta ainda juvenil.
Em cima e em baixo, fotos do autor de 2012, de um fabuloso
exemplar encontrado em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, Brasil, em
que o disformismo foliar é muito evidente. Na mesma planta, observamos folhas
adultas, totalmente amadurecidas e completamente formadas, enquanto na parte
inferior da mesma planta, folhas juvenis surgem de ramos recém- formados.
Nas fotos seguintes, realço o facto de não ser necessário deslocar-nos a países de climas tropicais de modo a observar plantas de idade adulta. Justifico esta afirmação mostrando os exemplares cultivados no emblemático jardim de Elche, próximo a Alicante, no sul de Espanha, onde as semelhanças das fotos registadas em Belo Horizonte, no Brasil e estas com os exemplares europeus, existentes naquele jardim espanhol são espantosas, fazendo, por momentos, crer que somos transportados para uma paisagem de um qualquer jardim dos trópicos.
Reparem no disformismo foliar. As folhas adultas e muito desenvolvidas provam a perfeita aclimatação desta planta a esta parte da Europa. Foto do autor registada no Huerto del Cura, Agosto de 2013.
O ambiente criado nesta colecção botânica é a absolutamente extraordinária e recria integralmente a paisagem ds zonas tropicais do planeta. Em cima e em baixo, foto do autor registada no Huerto del Cura, Agosto de 2013
No seguimento das fotos anteriores, não resisto em partilhar os outros exemplares de Epipremnum aureum existentes naquele mesmo jardim, e por mim fotografados com extremo entusiasmo.
Todas as fotos são do autor e foram registadas no Huerto del cura, Elche, Alicante, em Agosto de 2013.
Mais surpreendente é, talvez, o mais belo exemplo de Epipendrum aureum, em toda a Europa. Este encontra-se no jardim Parque Botánico El Majuelo, em Almuñécar, próximo de Motril, (na costa mediterrânica da província de Granada) também no sul de Espanha. Quem observe uma foto isolada e não legendada à cerca da localização deste exemplar, certamente iria assegurar-se tratar-se de uma planta numa qualquer zona tropical do globo. Creio ser absolutamente desnecessário adiantar mais comentários a esta extraordinária preciosidade botânica. Todas as fotos são do autor, de Novembro de 2011.
A dimensão das suas folhas e o porte da planta é bem visível com a referência humana.
Mais surpreendente é, talvez, o mais belo exemplo de Epipendrum aureum, em toda a Europa. Este encontra-se no jardim Parque Botánico El Majuelo, em Almuñécar, próximo de Motril, (na costa mediterrânica da província de Granada) também no sul de Espanha. Quem observe uma foto isolada e não legendada à cerca da localização deste exemplar, certamente iria assegurar-se tratar-se de uma planta numa qualquer zona tropical do globo. Creio ser absolutamente desnecessário adiantar mais comentários a esta extraordinária preciosidade botânica. Todas as fotos são do autor, de Novembro de 2011.
A dimensão das suas folhas e o porte da planta é bem visível com a referência humana.
As folhas do Epipremnum aureum, serão diferentes de
acordo com a idade dos ramos a partir do qual nascem e das condições ecológicas
onde é cultivado, como já foi referido. Portanto, são conhecidos de uma maneira
geral as seguintes formas:
Período juvenil ou folhas em ramos jovens, plantas
cultivadas em vasos ou exemplares com pouca exposição solar, plantas cultivadas
directamente no solo sem possibilidade de trepar, apresentam folhas com
dimensões reduzidas, verde-escuro, em forma de coração e lustrosas.
Este comportamento verifica-se de igual modo em zonas de clima tropical, quente e húmido, tal como a foto seguinte comprova:
Este comportamento verifica-se de igual modo em zonas de clima tropical, quente e húmido, tal como a foto seguinte comprova:
Foto do autor de 2014, no Bosque dos Jequitibas, em Campinas, estado de São Paulo, Brasil
Em baixo, todas as fotos foram registadas no Jardim Histórico La Concepción, em Málaga, em Abril de 2013.
Estas fotografias poderiam atirar-nos para o Jardim Botânico de Porto Alegre, no sul do Brasil ou de Buenos Aires, Argentina.
Em cima, a planta cultivada directamente no solo, como
planta de forração. A envolvência da planta com as demais espécies tropicais, conferem àquele espaço um ambiente absolutamente fiel à paisagem dos trópicos. Este é um episódio relativamente repetitivo nos jardins que se encontram junto ao mediterrâneo. (Fotos do autor, Jardim Histórico La Concepción, Málaga, Abril 2013)
Exemplar cultivado num local a meia sombra num contentor, em
Lisboa. Foto do autor de 2011.
Veja o mesmo exemplar fotografado em Agosto de 2012, como se desenvolveu rapidamente. A planta que faz parte da colecção do autor tornou-se vigorosa e produziu folhas pré-adultas.
Veja o mesmo exemplar fotografado em Agosto de 2012, como se desenvolveu rapidamente. A planta que faz parte da colecção do autor tornou-se vigorosa e produziu folhas pré-adultas.
Quando a planta envelhece e a luminosidade é alta, com sol
directo e muita humidade, as folhas apresentam uma dimensão intermédia com
manchas irregulares e intensa coloração (de acordo com a tonalidade do
cultivar), forma arredondada, somente nas folhas dos ramos superiores com
comportamento trepador, fortemente agarradas a um hospedeiro através de raízes
adventícias. Quando pendem, os ramos apenas produzem folhas de tamanho pequeno.
Esta fase é possível conseguir em plantas cultivadas no clima português. Em
baixo um exemplo de um Epipremnum aureum, cujas folhas estão numa fase
intermédia. (Foto não do autor).
Numa última fase, improvável de se verificar em todo o
território continental português, as folhas ganham proporções enormes, por
vezes recortadas em todas as margens ou irregularmente recortadas,
característica única desta espécie entre todos os Epipremnum. Não existe
uniformidade no recorte das folhas adultas em uma só planta e tomam formas
arredondadas a ovaladas.
As folhas adultas por vezes são tão grandes que, depois de
uma forte chuvada, as raízes aéreas desprendem-se do seu hospedeiro e ramagens
inteiras acabam por tombar. Foto do autor de 2014, no Bosque dos Jequitibas, em Campinas, Brasil.
Fotos de 2011, do autor registadas em Key West, no estado da
Flórida. Note-se as enormes folhas bem desenvolvidas e na fase plenamente
adulta, em que a forma rasgada das folhas testemunha um exemplar muito maduro.
As recomendações de cultivo desta espécie em climas tropicais aconselham locais a meia sombra. Porém, nos locais onde possa ser cultivada em Portugal, deverá escolher um local soalheiro, como já foi referido. Uma sugestão é colocar exemplares de Epipremnum aureum, a fim de se emaranharem por entre sebes verdes ou um arbusto de pequeno porte, que lhe sirva de hospedeiro e, ao mesmo tempo, sirva de protecção. A finalidade é estética mas impede que a planta seja danificada pelo vento, o qual poderia perturbar a estabilidade da planta. O efeito é muito curioso e certamente original. Outra solução é usá-lo como planta de forração, isto é, preencher um canteiro com inúmeros exemplares, uma vez que os preços de mercado são bastante acessíveis. Lembre-se que, neste caso, as folhas permanecerão pequenas e devem receber sol directo para que, durante o Inverno, resistam ao frio. Uma vez que esta espécie tem um comportamento como trepadeira e como pendente, os seus ramos quando apoiados numa parede ou tronco de árvore, desenvolvem raízes aéreas que servem de aderência. Quando os ramos pendem e tocam o solo, as mesmas raízes entram no solo e retiram nutrientes para a planta.
Esta espécie é bastante tóxica quando ingerida e causa
irritações menores que duram por alguns minutos quando a sua seiva entra em
contacto com a pele. Causa dores fortes na boca quando mastigada.
Por outro lado é uma das 10 mais indicadas para cultivo em
interior dadas a sua profunda capacidade em renovar o ar, tornando-o limpo de
impurezas e toxicidade.
Outro detalhe interessante reside no facto de ser muito
vantajoso quando cultivada em aquários com aninais vivos, uma vez que as suas
raízes absorvem os nitratos, que alimentarão a planta, contidos na água,
limpando-a. Cultive os exemplares fora do aquário mantendo ramos que enraizarão
rapidamente em contacto com a água, para promover este processo de simbiose.
Não há registo de florir em cativeiro.
A multiplicação desta espécie é a sua grande vantagem, já que é com
enorme facilidade e rapidez com que enraíza através do método de estaquia, [7]
mergulhia [8] e alporquia [9].
Ao longo dos longos caules da planta vão-se formando pequenas raízes
aéreas que facilitarão o enraizamento em caso de separação da planta mãe.
Contudo, nos métodos mais seguros de mergulhia e alporquia, o corte em contacto
com a terra húmida induz ao desenvolvimento das raízes enquanto os
nutrientes essenciais são mantidos pela parte intacta do caule. Desta forma não
perderá a muda. O ambiente húmido e quente em estufa aquecida acelera
espantosamente o enraizamento. Este é, indiscutivelmente, o lado mais aliciante
desta planta.
Poderá ainda retirar um pequeno ramo cortando-o abaixo de um nó de uma
folha, remover as folhas inferiores desse mesmo ramo e colocá-la em água pois
rapidamente criará raízes. Se preferir os métodos acima descritos, faça-o
durante os meses mais quentes do ano, sem nunca esquecer que o composto tem de
permanecer bastante húmido e bem drenado. No caso de desejar propagar a sua
planta durante o Inverno, coloque a muda num composto de turfa e argila
expandida. Prefira um vaso de barro poroso. Deposite-o dentro de um saco de
plástico e feche-o com um atilho. Escolha um local bem iluminado com luz solar
indirecta. A humidade criada no seu interior forçará o enraizamento em poucos
dias. Quase notará diariamente o crescimento da muda. Lembre-se que somente
deverá retirar o plástico quando a planta tiver um bom sistema radicular. A
passagem para um ambiente menos húmido e quente irá fragilizar a planta pelo
que não descuide a assiduidade na rega. O vaso poroso que agiu como absorvedor
de humidade, agora terá o efeito contrário e facilitará a evaporação de água
velozmente. Transplante-a apenas quando o composto estiver saturado de raízes.
A cultura em vaso é apenas recomendada para propagação. Esta é uma espécie que
exige ser reenvasada a cada dois anos sob pena de perder muita da sua beleza e
dimensão.
Quando a planta está privada de luz fica vulnerável a
doenças e pragas de pulgões e cochonilha. O combate passa por proporcionar-lhe
sol directo em locais bem arejados, para obter exemplares saudáveis. Jamais
proceda a qualquer poda de ramos vivos. Remova unicamente aqueles que se
encontram mortos. Mantenha a dimensão da planta ao longo do tempo sem nunca
limitar o seu crescimento. Cortá-la é enfraquecê-la, na medida em que a planta
não dispõe de tempo suficiente para, numa estação apenas, desenvolver ramos
novos que amadureçam a tempo de enfrentar o Inverno.
___________________________________________________
4. USDA ou United
States Department of Agriculture, através do departamento de pesquisa
agrícola elabora anualmente uma carta onde assinala as zonas climáticas
divididas por classes ou categorias. Servem de referência para o cultivo das
espécies numa determinada localização, sempre baseado nos registos de
temperatura mínimas absolutas colhidas num período específico. A carta tem uma
escala dividida em 12 zonas que por sua vez são subdivididas em classe 'a' e
'b'.
5. Raízes
adventícias são raízes secundárias independentes da raiz primária e que nascem
a partir dos caules ou folhas de qualquer vegetal.
6. A
moforgénese vegetal é definida como a dinâmica de geração e expansão da forma
da planta no espaço (LEMAIRE; CHAPMAN, 1996)
7. A estaquia consiste no método de reprodução
assexuada de plantas em que se plantam pequenas estacas de folhas, caules,
raízes ou ramos num ambiente indicado para que se desenvolvam novas plantas.
8. A mergulhia é outro método de multiplicação
assexuada em que se dobram ramos da planta mãe a fim de enterrá-los na terra.
Poderá fazer-se um pequeno golpe na área a enterrar a fim de estimular o
crescimento de novas raízes.
9. A alporquia é semelhante ao tipo de
propagação anterior, porém o ramo com o corte parcial é mantido fora do
contacto com o solo mas envolvido com um composto de húmus e musgo e fechado
com um plástico devidamente amarrado.
Referências bibliográficas:
http://hort.ifas.ufl.edu/database/documents/pdf/shrub_fact_sheets/epiaura.pdf University of Florida, Cooperative
Extension Service, Institute of Food and Agriculture Sciences
http://apps.kew.org/wcsp/prepareChecklist.do?checklist=selected_families%40%40229160820121241024 Kew Royal Botanic Gardens, World
Checklist of Selected Plant
WHISTLER,
ARTHUR W; TROPICAL ORNAMENTALS A GUIDE, Timber Prees, 2000, Portland, Oregon
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