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Aechmea fendleri André ex Mez in A.L.P.de Candolle & A.C.P.de Candolle (eds.), Monogr. Phan. 9: 223 (1896).
Tenho muito favoritismo nesta espécie de Aechmea, não obstante a simplicidade na cor das suas folhas, um verde-claro muito vivo que contrasta com uma soberba explosão inflorescências rosas e roxas. A Aechmea fendleri foi descrita e classificada em 1896 por Édouard-François André, um botânico francês que muito se debruçou sobre as bromeliáceas.
A minha experiência no cultivo desta planta revelou-se muito feliz. Mostrou grande adaptação ao clima de inverno das regiões mais suaves da costa portuguesa, suportando temperaturas relativamente baixas, entre os 2ºC e os 4ºC, debaixo de forte humidade por um período consecutivo de 3 dias. Refira-se que algumas espécies do género Aechmea são particularmente robustas ao frio intenso desde que a atmosfera se mantenha seca.
De acordo com o estudo realizado por Dale W. Jenkins, membro da Sociedade de Bromélias de Sarasota, Florida, Estados Unidos, em que se debruçou sobre a sensibilidade das bromeliáceas aos efeitos do frio, defende que a Aechmea fendleri é resistente a temperaturas até aos -3ºC, durante várias horas, com poucas ou nenhumas consequências que afecte a sua sobrevivência. [1]
Ambientes muito frios e húmidos, em regra, são nefastos para a planta a ponto de provocar o apodrecimento da urna e consequentemente a sua morte. É de evitar a todo o custo a exposição da Aechmea fendleri, a estas condições bem como deverá protegê-la das correntes de vento frio, ainda que seco. A folhagem demonstra algum estresse quando exposta a temperaturas baixas pelo amarelecimento das mesmas ou por mostrarem-se ressequidas.
Os exemplares que atravessaram períodos frios intensos demoram a evidenciar os efeitos daquelas condições meteorológicas adversas. Ao fim de 2 a 3 semanas, surgem os primeiros sintomas de agressão e sinais de estresse, facto que poderá provocar uma inesperada sensação de perda dos exemplares atingidos. Todavia, se não tiver sido submetida ao frio com humidade, terá boas hipóteses de recuperar. As folhas secas serão lentamente substituídas por novas que terão melhorado o aspecto da planta nos primeiros meses de verão, ou seja, uns 3 meses após ter sido afectada.
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Aechmea fendleri, exemplar cultivado em Caxias, floriu em 2008 pela primeira vez. Não tem sido regular na floração. (Foto do autor)
Na imagem acima, percebe-se um exemplar em estresse, provocado por temperaturas baixas. As folhas apresentam-se amarelecidas e secas, tornando no seu conjunto, uma planta com interesse diminuído. Contudo, o mesmo exemplar recuperou cerca de um mês depois, desenvolvendo rebentos laterais após ter florido.
Aechmea fendleri nos meados da Primavera, em que as hastes florais ainda mostram uma cor azulada antes de se tornarem rosa forte. Os efeitos das queimaduras são muito evidentes. (Foto do autor)
O mesmo exemplar, desta vez cultivado em Lisboa e que desde a primeira floração, em 2008, floriu em Julho de 2013. (Foto do autor).
A intensidade solar é outro elemento determinante, provocando bastantes queimaduras sobretudo se sujeita a períodos de forte frio.
Com o objectivo de compreender o grau de resistência desta espécie às correntes de ar frio, decidi submeter a planta a um local extremo, no que diz respeito à exposição solar e à ausência de protecção contra o frio, durante uma estação. Os resultados foram surpreendentes, já que as plantas reagiram com bastante tolerância, apesar de apresentarem os efeitos na folhagem, de agressões resultantes quer do frio, quer da intensidade da irradiação solar de Inverno. Com o aumento das temperaturas, relocalizei os mesmos exemplares para uma zona definitiva e mais benéfica para o desenvolvimento das plantas, e, rapidamente, recuperaram a beleza que faz desta espécie uma das mais interessantes do género Aechmea.
Com o objectivo de compreender o grau de resistência desta espécie às correntes de ar frio, decidi submeter a planta a um local extremo, no que diz respeito à exposição solar e à ausência de protecção contra o frio, durante uma estação. Os resultados foram surpreendentes, já que as plantas reagiram com bastante tolerância, apesar de apresentarem os efeitos na folhagem, de agressões resultantes quer do frio, quer da intensidade da irradiação solar de Inverno. Com o aumento das temperaturas, relocalizei os mesmos exemplares para uma zona definitiva e mais benéfica para o desenvolvimento das plantas, e, rapidamente, recuperaram a beleza que faz desta espécie uma das mais interessantes do género Aechmea.
Estes exemplares foram fotografados em Março de 2012, pelo autor.
Na imagem em baixo, podemos comparar o comportamento da
planta cultivada em locais de meia sombra ou sol filtrado. Apesar de se tratar
de um umbráculo, isto é, um local coberto e devidamente protegido dos elementos
exteriores agressores ao desenvolvimento da planta, como sol directo, vento
frio, geada e consequentemente temperaturas muito baixas, a Aechmea fendleri, confirmou melhores
resultados ao manter a sua folhagem verde e bem conservada, em locais a meia
sombra, mesmo que cultivada a céu aberto sem protecção.
Aechmea fendleri (foto de autor) cultivada num umbráculo.
Exemplar cultivado na zona de Caxias, a meia sombra, a céu aberto e que se apresenta em melhores condições que os exemplares expostos a sol directo. (Foto de autor)
Sugiro que seja cultivada protegida do sol directo de modo a não originar queimaduras nas folhas, diminuindo o seu interesse ornamental. Se tiver necessidade de a relocalizar, evite uma passagem directa para uma área com demasiada intensidade solar. A planta reage amarelecendo. Oriunda das florestas de altitude da região de Tovar, Venezuela [2] e da ilha de Trinidad, nas Caraíbas onde o clima muito frequentemente se encontra nublado, é recomendado um ambiente semelhante, com 40 a 65% de sombra proporcionada.
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A floração, que muito se assemelha a uma Portea sp., dá-se no princípio do verão e começa por despontar uma haste carregada de pequenas flores azuladas que, demoradamente e à medida que esta cresce, vão adquirindo um tom rosa intenso. As fotos seguintes mostram o desenvolvimento da haste floral e a transformação da cor das flores até à maturidade. A haste atinge os 30 cms de comprimento e tem uma duração muito apreciável, podendo chegar a 1 metro.
Aechmea fendleri, no começo da floração. Os efeitos do frio que este exemplar em particular atravessou ainda não se tinham feito notar. (Foto do autor)
O mesmo exemplar de Aechmea fendleri numa fase posterior, revelando a cor azulada das suas flores. (Foto do autor)
A haste já bem desenvolvida com cerca de 30 cms de comprimento. As queimaduras nas folhas já se tornam mais visíveis. (Foto de autor)
As flores quando amadurecem tornam-se totalmente rosa, numa explosão de cor forte e exotismo. (Foto de autor)
Esta espécie tem um crescimento moderado e atinge dimensões apreciáveis, sendo particularmente indicada para o cultivo directamente no solo. Na natureza, tem um comportamento epífito, se bem que entre nós a falta de humidade no ar durante os meses mais quentes do ano dificulte o seu desenvolvimento nestas condições.
O composto deve ser leve e rico em materiais decompostos, musgo e turfa ligeira. Poderá ser envasada, tendo atenção à drenagem que ditará a sobrevivência da planta. Sendo uma bromeliácea, capta muitos dos nutrientes que necessita pela recolha de insectos, folhas e impurezas que se depositam na sua urna, ou seja, no centro das suas folhas, especialmente adaptadas para este efeito. Por essa razão, a referida urna deve manter-se sempre cheia de água. A humidade elevada nos dias mais quentes do ano estimula o seu desenvolvimento. Se for possível reduza a quantidade de água a receber nos meses mais frios. A fim de prevenir a podridão da planta por acção do aumento de pluviosidade e descida das temperaturas no Inverno português, assegure que a planta se encontra cultivada num local com excelente drenagem.
Tem como sinónimos os seguintes táxones;
http://s250652357.e-shop.info/shop/page/1?shop_param= da Alemanha
http://bromelien-westermann.eu
http://www.canarius.com/shop/bromeliaceae de Espanha
http://www.michaelsbromeliads.com/ dos EUA
www.jacksbromeliads.com/apps/photos/photo?photoid=11234635 dos EUA
http://www.michaelsbromeliads.com/Master_Plant_List.pdf dos EUA
http://www.bromeliads.co.nz/ da Nova Zelândia
De seguida dou a conhecer os cultivares disponíveis no mercado internacional. Na minha opinião, acho importante saber as várias propostas que surgem, sem necessidade de descrevê-las, uma vez que não se tratam de espécies que existam na natureza e, por conseguinte, sem grande relevância para uma colecção botânica. Aechmea 'Flamingo' resulta do cruzamento entre a Aechmea fendleri X Aechmea chantinii e data do ano de 2000
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
Aechmea 'Blue Tango' é um cultivar criado a partir de um híbrido da Aechmea fendleri em 2001. Tem a particularidade de oferecer uma haste floral de longa duração. As cores fortes azul-cobalto e rosa intenso são o maior atractivo desta planta.
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
Aechmea 'Foster's Freckles' é uma criação conseguida pelo cruzamento entre a Aechmea fendleri X Aechmea orlandiana, em 2000.
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
Na imagem em baixo, podemos comparar o comportamento da
planta cultivada em locais de meia sombra ou sol filtrado. Apesar de se tratar
de um umbráculo, isto é, um local coberto e devidamente protegido dos elementos
exteriores agressores ao desenvolvimento da planta, como sol directo, vento
frio, geada e consequentemente temperaturas muito baixas, a Aechmea fendleri, confirmou melhores
resultados ao manter a sua folhagem verde e bem conservada, em locais a meia
sombra, mesmo que cultivada a céu aberto sem protecção.
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
Aechmea 'Julie Sewell' é um cultivar da (Aechmea fendleri x A. dichlamydea v. trinitensis) X A. fasciata do ano 2002.
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
Aechmea 'Romero' Aechmea fendleri X Aechmea cv. 'Perumazon'. Data do ano de 2000.
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
Aechmea 'Blue Beauty', um cultivar da Aechmea dichlamydea v. trinitensis X A. fendleri do ano 2005
(Foto não do autor)
Aechmea 'Lilac Cloud' é um cultivar da Aechmea fendleri X A. spectabilis de 2006.
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
Aechmea 'Spring Beauty' resulta do cruzamento entre a Aechmea chantinii 'Pink Goddess' X A. fendleri e data do ano 2002.
(Foto não do autor)
xCanmea 'Carmin' é um cultivar cujo o próprio nome provém das espécies que deram origem a este híbrido; Canistrum aurantiacum X Aechmea fendleri. Data de 1982. Não consegui nenhuma imagem ilustrativa desta planta. Quem quiser colaborar, poderá enviar para;
exoticascultivadasemportugal@hotmail.com .
xUrsumea 'Ma Williams', registado em 1996, este cultivar foi criado entre a Aechmea fendleri x Pollen Parent: Ursulaea tuitensis.
Aechmea 'Purple Velvet' de 1975 é um cultivar entre a A. fendleri X A. fasciata. Não consegui nenhuma imagem ilustrativa desta planta. Quem quiser colaborar, poderá enviar para exoticascultivadasemportugal@hotmail.com .
Aechmea ‘Del Mar’, semelhante ao cultivar Aechmea ‘Blue Tango’, porém possui menores dimensões e uma estrutura na haste floral um pouco diferente da sua parente. As flores são de um azul cobalto intenso e rosa forte.
(Foto não do autor)
(Foto não do autor)
As fotos seguintes datam de Outubro de 2010, quando alguns exemplares deste cultivar por mim cultivados, floriram. Este exemplar é o mais popular comercializado de todos os híbridos disponíveis em horticultura no nosso país, pelo que deixo quatro imagens bem representativas da beleza desta bromélia ao alcance de todos.
Etimologia: Aechmea, palavra latina para aichme
do grego que significa lança ou arma de ponta. Fendleri, é uma homenagem a August Fendler (1813-1883), um botânico
alemão que investigou e escreveu sobre botânica e meteorologia da região de
Tovar, fundada por colonos alemães na Venezuela. A sua obra mais conhecida
chama-se Meteorology of Colonia Tovar, publicada nos EUA em 1857.
Bibliografia:
Brickell, Christoper, RHS A-Z Encyclopedia of Garden Plants. Third edition. Dorling Kindersley, London 2003
Jenkins, Dale W., Cold Sensitivity of Bromeliads, Sarasota Bromeliad Society
http://fcbs.org/articles/cold_sensitivity_of_bromeliads.htm
http://fcbs.org/articles/cold_sensitivity_of_bromeliads.htm
FCBS Bromeliad Photo Index Database: Search Results
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